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Introdução: "Meu nome é Nalu, tenho 17 anos, sou morena, meus cabelos são cacheados e castanhos e meus olhos negros. Perdi meu pai, perdi meus melhores amigos, estou em um lugar onde não conheço absolutamente nada. Minha vida se transformou em um verdadeiro inferno, mas tudo começou a melhorar no momento em que eu vi o Oscar!"





(Primeiro Capitulo)


Bom meu nome é Nalu, minha história começou quando meu pai faleceu e minha mãe resolveu mudar de cidade depois de 2 anos, acho que para mim aquela foi a pior decisão que minha mãe um dia poderia ter tomado na vida, não só porque eu não queria mudar de cidade e sim por eu estar indo pra um lugar onde tudo era novo e incerto. Morava em uma cidade do interior onde nem no mapa havia o nome dela, deixei meus amigos, que não eram muitos, pois nunca fui de ter muitos amigos, mas como a cidade era pequena e pacata, ou eram amigos ou pelo menos conhecidos, não tinha pra onde correr ali... Liza era minha amiga desde criança, conheci no jardim de infância e desde então ela se tornou meu mundo. John tinha o sorriso mais lindo daquele fim de mundo e era o cara mais escroto e sincero que eu conhecia, e por último Philipe, o melhor amigo do mundo. Naquele momento eu tinha a certeza que eles iam ficar só na minha memória... Enquanto minha mãe saia com o carro da garagem os três acenavam para mim, Liza soluçando de chorar... John com os olhos cheios d'água e Philipe sério, sem mover um músculo de seu rosto, olhando fixo para carro da minha mãe, sem piscar virei pra frente e sentei, não sentia mais nada naquele momento, minha mãe dirigia cantarolando e não parava de querer puxar algum assunto comigo, mal conseguia ouvir minha mãe, eu a escutava mas não ouvia, só passava pela minha cabeça que minha vida tinha ficado lá junto com aqueles três. Será que estava disposta a nascer de novo?


Mônica: O que você falou ai minha filha? Está feliz? Ah... É vida nova meu amor, amigos novos. Nossa casa é linda e você vai adorar, vai poder levar suas amigas a hora que quiser lá pra casa, tudo bem? 


Nalu: Ta bom mãe.

Forcei um sorriso, aquilo ali era importante demais pra ela e por mim já não importava mais... 

Acabei pegando no sono e acordei com minha mãe gritando com os rapazes da mudança e com toda aquela agitação que as crianças faziam em seus jardins, esfreguei meus dedos em meus olhos borrando assim meu rímel todo, sai do carro e segui em direção a minha nova casa... Nossa como era linda, como era grande, eu uma verdadeira caipira que estava acostumada com aquele lugarzinho pequeno sem vida, me vejo agora nesse mundo de cidade grande, em uma casa de 3 quartos, que pra mim parecia muito. Não demorou muito para o pessoal da mudança ir embora, pois a casa já estava toda mobiliada só faltava mesmo os objetos pessoais, corri para meu quarto e me joguei no chão, naquela hora senti um aperto no coração, que vontade de ligar pro Philipe para contar pra ele como minha casa era linda, mas minha mãe disse que o interurbano era caro e no momento a gente tinha que poupar, que chato, que sozinho, o que eu vou fazer? Desci, peguei minhas caixas e voltei para meu quarto. 


Nalu: MÃE - gritei - Vou da um volta pelo bairro, quero ter uma noção de onde eu estou.  

Mônica: Vai filha, vai se divertir, fazer novas amizades... (risos) 



Ai, minha mãe era tão exagerada e sem noção... Ainda não caiu a ficha de que eu estou sozinha, não estou bem, não esta sendo nada divertido pra mim. Mas era por ela, tudo por ela.

Quando saí, coloquei o fone no ouvido e peguei uma reta só, estava disposta a me conformar e tentar ficar bem. As pessoas me olhavam como se eu fosse de outro mundo, uma ou outra sorriam pra mim e só. Eu costumava a andar de cabeça baixa, concentrando o meu olhar no caminhar de meus pés, de uma forma ou de outra era uma distração quando eu estava nervosa, foi quando alguém esbarrou em mim, ele vinha correndo, parecia estar com pressa, mal me pediu desculpas...  Que mal educado, ah não... Eu tinha que falar.

Nalu: SEU GROSSO!!!!!! - berrei -

Continuei andando como se nada tivesse acontecido de cabeça baixa e com meu radinho no último volume, quando senti que alguém vinha atrás de mim. Mesmo assim, não olhei pra trás, estava com medo, estava nervosa, não vou olhar, não vou... Coloquei as duas mãos no ouvido apertando mais os fones na impressão de que o som aumentava, foi quando uma mão tocou no meu ombro e automaticamente me fez olhar pra trás... 


"- Você falou comigo?" 

(Segundo Capitulo)

Paralisei, e agora? Nunca que iria passar pela minha cabeça que ele viria atrás de mim, que nervoso, que medo... Nossa como ele era bonito. Naquele momento em que ele esperava eu lhe da alguma resposta, meus olhos o filmavam dos pés a cabeça, ele usava um tênis de corrida meio velho e azul com detalhes pretos, estava com uma bermuda que deixava a ponta da cueca amostra, sua camisa molhada de suor não era nada nojenta acompanhada por aqueles braços, que não eram malhados mas era grossos e sem contar no sorriso metálico que ele incluía com o olhar marcante que fixava nos meus olhos sem piscar, ele ainda mexeu no cabelo tirando assim os cachinhos dos olhos... Ai, como ele era...

Oscar: EEEEEEEI - falou mais auto - Você falou comigo?

Nalu: - Abaixei o volume do meu radinho – Claro! Menino grosso, estúpido, não olha pra onde anda não?

Oscar: Onde já se viu? Ai, ai... - gargalhou -

Nalu: Está rindo do que? Você acha isso engraçado? Aqui é normal? De onde eu venho isso se chama deboche e por acaso também é falta de educação debochar das pessoas, sabia? - fiz um bico tão grande, que o fez gargalhar mais ainda.

Oscar: Desculpa, mas é que você parece maluca, vem andando de cabeça baixa, toda desligada do mundo. Eu esbarrei em você sem querer, te pedi desculpas e você ainda me xingou... - gargalhando -

Nalu: Ahhhhh, meu filho, não foi bem isso que eu ouvi não, sabia?

Oscar: - tirou o fone do meu ouvido – Claro! Você não me ouviu... é nova no bairro?

Nalu: - soltei sorriso de lado, o primeiro sinal de alegria do dia - Aham... Eu me mudei hoje.

Oscar: Opa! Prazer Oscar... Da próxima vez, fica mais esperta garota. - sorriu, me deu as costas e saiu correndo  

Nalu: Ei, mal educado meu nome é Nalu - bufei

Oscar: - virou pra mim, correndo assim de costas, sorrindo e gritando – NALU, EU JÁ SABIA. - piscou

Nalu: - risadas - (É, a primeira risada do dia)

Eu fiquei ali, parada olhando os seus cachos voarem enquanto ele corria pegando cada vez mais velocidade. Coloquei o fone no ouvido e me virei, dessa vez não estava olhando mais para o chão e sim para frente, por incrível que pareça naquele momento eu estava bem, resolvi que já havia vivido demais ali e voltei pra casa. Cheguei em casa cumprimentei minha mãe e fui para o meu quarto arrumar minha coisas. Enquanto eu estava ali ajeitando tudo no meu canto, eu não conseguia tirar aquele nome da cabeça, Oscar... Oscar... Oscar...

Mônica: Filha, está falando com quem? Quem é esse Oscar, fez amizades? Me conta filha... - abriu minha porta e não parou mais de falar.

Nalu: AH MÃE, SAI! Não é ninguém, eu esbarrei nele na rua, nem sei se esse é nome dele mesmo, tchau mãe. - comecei a ri e empurrei-a pra fora do meu quarto.  

Antes que eu terminasse tudo, peguei no sono ali mesmo no chão do meu quarto, acordei com minha mãe batendo enlouquecida na minha porta pra eu acorda que estava atrasada pra escola. Só me faltava essa, meu segundo dia na cidade nova e ainda tenho que enfrentar um colégio novo também, que inferno. Levantei-me, tomei banho, vesti uma saia, uma blusa, vesti um moletom por cima, amassei o cabelo, peguei a mochila e desci, dei de cara com uma mesa de café da manhã enorme e cheia de coisa, fiquei indignada.

Nalu: Mãe, o que é isso? Mãe, você está bem? - Cara, ela estava tão empolgada com aquilo tudo, que não percebeu que só morava eu e ela naquela casa.

Mônica: Não filha, é pra você ir forte para escola e não fica com fome.

Nalu: Tudo bem mãe, esta bom.

Comi o básico e sai correndo para escola, para minha sorte ela não ficava muito longe da minha casa... Como sempre coloquei meu fone no ouvido e sai andando, quando eu estava chegando perto da escola... Ah não, não creio...



(Terceiro Capitulo)

Aquela mesma sensação de desconforto, de um peixe fora d'água me voltou... Todo mundo me olhando como se eu fosse de outro mundo. Como eu estava nervosa, abaixei minha cabeça e concentrei meu olhar para o caminhar de meus pés. O sinal bateu e eu nem ao menos sabia onde era minha sala, que vergonha o coordenador tivera que me levar até lá, chegando à sala de aula, todos os olhares apontavam pra mim e como era de se esperar os cochichos começaram... Consegui ouvir uma menina dizendo assim "Nossa, como ela se veste mal, que cabelo é esse?". Sentei correndo numa carteira que estava vazia e alguém começou a puxar assunto comigo... 

César: Oi linda, prazer César...

Eu sem tirar os olhos do professor, respondi.

Nalu: Meu nome é Nalu...

César: Nova na escola... Veio de onde?

Nalu: Você nem deve conhecer, deixa isso pra lá.

César: Quer tentar?

Nalu: Deixa isso pra lá...

César: Quantos anos você tem?

Nalu: Tenho 17.

César: Eu tenho 18... Você não é de falar muito né?

Nalu: É que eu quero presta atenção...

César: Vai fazer o que depois da aula?

Nalu: Eu não vou sair com você César... - risos - Quando eu resolvi olhar para ele, até que não era feio, aliás, ele era muito bonito, mas eu não estava afim...

César: A gente tem o ano todo... - se aproximou de mim e me deu um beijo na bochecha devagar.

Paralisei, quando olhei pra trás as meninas cochichavam mais ainda, ah só me faltava essa, inveja desde já.

Nalu: Ta bom César. Quero ouvir o professor. – ri baixo.


Não sei oque o César pensou sobre mim, acho que fui meio grossa com ele, o garoto estava tentando ser simpático, aliás, o único até agora que falou comigo nessa escola, será que fui grossa? Ah, tanto faz. Me desliguei completamente da aula depois disso, não conseguia tirar dá cabeça de que ali não era meu lugar, mas algo me dizia que era ali que eu tinha que ficar, e... CARACA, que susto! O sinal tocou, hora de meter o pé...

César: Não é bem assim não gatinha, recreio... - falou enquanto pegava a mochila e se dirigia até aporta.

Nalu: - rapidamente peguei minhas coisas e fui atrás dele - Recreio? - falei com ar de indignação.

César: De onde você vem, não tem isso? Que fim de mundo é esse? – risos.

Nalu: Não, tinha, mas é que... Parece que estou aqui faz horas e ainda vem o recreio?

César: Sou tão chato assim? Que não deixo a hora passar? – risos.

Nalu: Ah garoto, eu falei isso? Nada haver, é que eu to cheia de coisa na cabeça e louca pra voltar pra casa...

César: Ta preocupada com o que Nalu? - ele parecia que estava se importando comigo, estranho, não me conhecia.

Nalu: Coisa minha... - é claro que eu não ia contar para um estranho meus problemas.

E antes que eu pensasse em falar alguma coisa fui interrompida por alguém que chegou gritando, que inferno, no meu ouvido.

"FALA AE IRMÃOZINHO!" - chegou por trás de mim quase me empurrando e deu um tapa na nuca do César.

Que incomodo, gritando no meu ouvido, me empurrando... AI QUE RAIVA, VEM BERRANDO NO MEU OUVIDO, que inferno! Os dois olharam para mim ao mesmo tempo, eu sem nem ao menos olhar pra trás para ver quem estava me importunando fechei a cara e concentrei meu olhar pro César. 




(Quarto Capitulo)


César: O que houve? - gargalharam juntos.
Nalu: Com licença César, mas vou indo, daqui a pouco a gente se fala na aula, odeio gente escandalosa - coloquei meu fone no ouvido e sai andando, sem olhar pra trás.


Oscar: Quem é essa garota? Esquentadinha ela né... – risos.

César: Ela é nova, irmãozinho, esquentadinha, curta, grossa e ainda é linda. Quer mais ou ta bom pra você? - falou me seguindo com o olhar e rindo.

Oscar: Se é linda eu não sei, não vi... Mas se você gostou correr atrás irmãozinho, estou indo nessa. - saiu dali, rindo.

Depois disso andei até fora do colégio, me sentei na escada e meu pensamento parou na situação que tinha acabado de acontecer. Tá, eu não era estressada a esse ponto, mas com os problemas que eu estava passando, tudo pra mim era motivo de ataque de nervos, coitado do garoto tratei ele tão mal... Ah, mas nem conheço, vou ficar esquentando minha cabeça com isso não, tenho muita coisa pra me preocupar já.

Levantei-me, voltei à sala de aula sentei lá na frente dessa vez, não estava muito a fim de conversa com o César não, sabia que ele viria me pergunta qual era do meu ataque aquela tarde e não estava a fim de conversar com ele... Por ventura ele nem me notou, quando o sinal bateu fui a primeira a pegar minhas coisas e mete o pé dali, corri pra casa.

Quando eu cheguei em casa me deparei com um homem no sofá da sala, tomei um susto... Quem era esse ser? Corri para cozinha discretamente pra ele não perceber minha presença ali, e me deparei com a minha mãe fazendo café, que por sinal era para o estranho...

Nalu: Mãe, desembucha, quem é ele? O que ele faz aqui? Que isso mãe, já? - falei com um tão autoritário -

Mônica: Ah! Cala boca Nalu, ele é o nosso vizinho... Mora aqui por perto, eu fui ao supermercado e as compras estavam muito pesadas, então ele se ofereceu pra me ajudar, eu o convidei pra entrar e resolvi fazer um cafezinho para o moço, qual o problema? – sorriu.

Nalu: Problema nenhum mãe! Vai lá conversar com ele, mas abre o olho cara, tu nem o conhece, ele ainda é um estranho.


Mônica: Ah, ta bom Nalu... Depois eu subo pra gente bota o papo em dia - riu se encaminhando junto comigo para a porta.

Nalu: Ah, tu quer, porque quer assunto. - gargalhei e subi.

Chegando ao meu quarto vi que no meu celular tinha três chamadas perdidas da Liza, como eu fiquei feliz, estava mesmo precisando conversar com um amigo, tive a certeza de que ela iria me ligar de novo mais tarde, então grudei no celular.

Cara a Liza está demorando demais pra ligar, deitei na minha cama e acabei dormindo, acordei eram cinco horas da tarde, credo! Comi qualquer coisa e peguei meu notebook, comecei a trocar e-mails com o John e danei de falar, falei do meu primeiro dia de aula, contei do César, contei do cara que estava na minha casa e ele até brincou falando que “minha mãe estava jogando corda pra ver se o tio pegava”, ele era demais... Passei o resto da tarde toda conversando com o John, eu só não falei do Oscar... Pra que falar dele? Nunca mais vou ver ele de novo, se eu chegar a encontra-lo vai ficar por isso mesmo, ele nem vai saber que um dia falou comigo, então é melhor eu não espalhar por ai... Enfim, quando eu notei já eram meia noite, eu tinha que dormi, botei o notebook de lado e cai no sono.

Acordei no dia seguinte com mais disposição, graças a Deus, acho que falar com o John me ajudou. Levantei tomei meu banho, coloquei uma calça jeans, meu casaco de moletom, como sempre, e dei um nó no cabelo, resolvi que hoje iria passar um rímel, corretivo e pó... É eu estava feliz, desci cantarolando e encontrei a mesa de café da manhã ali de novo, dessa vez não perguntei nada, dei bom dia pra mim mãe, comi e fui embora para a escola.

Meu segundo dia de aula, eu estava bem mais alegre, com meu fone no ouvido entrei na sala de aula, sentei no mesmo lugar que por sinal era do lado do César.

César: Bom dia Nalu... - falou chegando a mesa para mais perto de mim.

Nalu: Bom dia... - falei tirando meu caderno da mochila.

César: Ta linda hoje gatinha... – sorriu.

Nalu: Não tem nada de diferente em mim, mas obrigada. - abri meu livro e comecei a ler como o professor havia pedido.

César: PROFESSOR, EU NÃO TROUXE MEU LIVRO, POSSO DIVIDIR COM A NALU? – gritou.

Professor: Claro que pode.

César: Eu posso né Nalu? - falou pegando a cadeira dele e botando do meu lado.

Nalu: - olhei para a cara do César séria - Pode Cesar.

César: Tudo bem com você? - falou se apoiando na minha mesa chegando o rosto pra mais perto do meu.

Nalu: - virei o rosto dele para o livro, sorri - Livro César.

César: Claro... - começou a ler e ri.

Passado aquela aula, veio mais duas em sequência que voaram, até que o César hoje não me encheu muito o saco não, foi legal sentar com ele, mas que "desculpazinha" ridícula, o livro dele estava na mochila que eu sei, ele queria é assunto comigo, comédia esse garoto.

Eu percebi que estava começando a gostar de conhecer o César. Acabando a aula eu peguei minhas coisas e saí andando e como sempre o César resolveu vir atrás de mim, a gente sentou na cantina e conversamos muito, quer dizer não foi bem uma conversar, o César falava mais que ouvia, era engraçado eu tentava me segurar mas morria de ri, era cantada, junto com conselhos sobre a cidade, até me chamar pra sair ele chamou e eu não aceitei é claro, já falei não estou com cabeça pra isso agora. Ele era muito legal e tudo mais, mas... É que... FALA CÉSAR! Ai, essa pessoa de novo, toda hora...



(Quinto Capitulo)

Oscar: Fala irmão - chegou pro trás da gente e jogou uma borracha na cabeça do Cesar -

César: Qual é, meu irmão? - falou rindo e passando a mão na cabeça.

Nalu: Você não sabe chegar em uma pessoa decentemente não? Sem gritar, ou bater? - virei rapidamente pra trás, foi quando entrei em estado de choque.

Oscar: Ih... É você! - senti que ele também ficou meio chocado, não tirava os olhos de mim.

César: Vocês se conhecem? Dá onde? O que eu perdi? - ficou parado, olhando para a cara dos dois. 

Nalu: Tinha que ser você né, incrível... - não conseguia tirar os olhos daquele rosto lindo que ele tinha.

Oscar: Ai meu deus, você... Só rindo - gargalhou e se aproximou de mim e me deu um beijo em cada lado da bochecha - Tá em que ano Nalu? É Nalu né?

Nalu: Hum, você lembrou... Estou no 2º ano e você?

Oscar: Estou no 3º ano, por acaso foi você a esquentadinha de ontem? – sorriu.

César: Ela mesma foi ela sim Oscar, ela está na minha sala... - ele falou sério, olhando pra cara do Oscar.

Oscar: Ah, sim... Po, eu vou indo nessa a gente se esbarra depois cara. E Nalu, depois a gente se vê - pegou a minha mão e deu um beijo demorado nela, aquilo automaticamente me fez abrir um sorriso.

Nalu: Pode ser...

César: Ei, Nalu. Da onde você conhece o Oscar? - falou desconfiado.

Nalu: Esbarrei nele na rua, e nos conhecemos. Por que?

Ele logo mudou de assunto... Ainda bem não estou nem um pouco a fim de contar aquela história longa. Cara, era o Oscar, o menino que eu nunca mais ia ver... Mas que burra eu sou também, é claro que uma hora ou outra a gente iria se esbarrar, pelo visto, ele correr lá na rua né, ai... Pronto, meu resto do dia na escola se resumiu nisso, não tirava aquele sorriso da cabeça. Cara ele lembrou meu nome... Ou seja, de alguma forma eu fiquei na cabeça dele.

Terminando o resto das aulas peguei minhas coisas e quando eu já estava indo embora a professora me chamou, mandou o Cesar ir que depois eu iria. A professora não queria falar nada de mais, mas como ela falava... Alugou-me muito, fui sair da sala já era tarde, não tinha mais muita gente na escola, apenas aqueles que ficaram de detenção e uma turminha lá que ficava sempre depois da aula trocando ideia na escada do colégio e que por sinal o Oscar estava lá também, sentado, rindo e mexendo naquele cabelo sem parar.
Eu coloquei meu fone no ouvido, mas dessa vez eu não ia por no último volume, se não, não ia poder ouvir o Oscar me chamar... Sim, eu estava torcendo para isso acontecer.

Fui andando em direção à saída, quando eu estava descendo a escada e torcendo pelo Oscar me ver, fui surpreendida... Ta bom, ele não me pegou de surpresa mas eu tinha que fingir... NALU!!! - ele gritou.

Nalu: Falou comigo? - virei pra trás e sorri.

Oscar: Tem mais alguém no mundo com esse nome? – riu e estava vindo ao meu encontro.

Nalu: Não achei graça. - falei rindo.

Oscar: Mas está rindo. Você já está indo embora?

Nalu: Sim, Por quê? - mudei minha feição, fiquei séria de novo

Oscar: Ah, me espera vou com você - falou correndo de volta a escada pra pegar a bolsa dele e voltou - Vamos? - sorriu e pôs um braço envolta do meu pescoço.

Nalu: Tira o braço Oscar, para que isso? - falei tirando o braço dele do meu pescoço.

Oscar: Tá desculpa - riu - Por que se mudou? Veio de onde?

Nalu: Meu pai morreu e minha mãe resolveu vir pra cá. Fim de mundo, você não vai saber.

Oscar: Nossa, meus sentimentos pelo seu pai. Quer tentar?

Nalu: Não, deixa isso pra lá... ah, relaxa já superei, foi a 2 anos atrás, só sinto saudades agora.

Oscar: E só se mudaram agora?

Nalu: Também não sei o porque, lá eu era bem mais feliz...

Oscar: Poxa, você não deve conhecer muita gente por aqui ainda né?

Nalu: Na verdade, eu não conheço ninguém... Só o César e você. – sorri.

Oscar: Pô, a gente podia sair qualquer dia, te apresentava a cidade o que você acha? (nessa hora ele me olhou com uma cara, que não deu pra dizer não).

Nalu: Claro, a gente marca sim. Bom... Chegamos, moro aqui – sorri.

Oscar: Eu moro daqui a duas casas, somos vizinhos – riu.

Nalu: Então tá, obrigada pela companhia Oscar... - me virei para abrir a porta.

Oscar: Amanhã é sábado, o que você vai fazer?

Nalu: Eu não vou sair com você... – ri.

Oscar: Eu nem te chamei garota... Mas já que você tocou no assunto, por que não? - ele me encarava.

Nalu: Sei lá... Estou ocupada. - resolvi encara-lo também.

Oscar: Ta bom, amanhã eu passo aqui as oito pra te pegar. - piscou e sorriu.

Nalu: Você é maluco? - mal terminei a frase e ele se virou e saiu andando - OSCAR, EU NÃO VOU! – gritei.

Oscar: ÁS OITO! - continuou andando sem olhar pra trás.

Entrei em casa correndo, nem cumprimentei minha mãe, cacei o telefone e subi para o meu quarto, eu precisava ligar pra Liza... Tá eu sei que vou quebrar uma regra, mas eu preciso saber o que fazer...

Disquei desesperadamente pra Liza e por sorte ela atendeu, tivemos um ataque de euforia no primeiro momento pôs já fazia 2 dias que a gente não se via... Primeiro deixei a Liza contar tudo que tinha acontecido nesses 2 dias e olha era muita coisa, não tinha conversa melhor do que as minhas com a Liza... Depois que ela contou tudo, resolvi falar do Oscar.

Nalu: É amiga, ele é tudo isso e um pouco mais...

Liza: E te chamou pra sair? E você aceitou? ACEITOU NÉ? - ela gritou no telefone.
Nalu: Amiga, não... Mas ele disse que ia passar aqui amanhã pra me pegar. E eu não vou... ou vou?

Liza: Amiga, vai é claro...

Nalu: Mas amiga, eu não estou com cabeça pra isso cara, ai que estresse. Nem assunto eu vou ter, o que eu vou vestir? SOCOOOOOOOOOOOOOORRO! - gritei -

Liza: Nalu, vocês vieram conversando do colégio até em casa, ou seja, vocês tem algum assunto... E ele te chamou pra sair, ou seja, ele te achou legal pelo menos para querer te ver de novo. E você nunca teve problemas com o que vesti, eu resolvi todos os seus problemas. Para onde vocês vão?

Nalu: Eu não sei cara, eu vou por qualquer coisa. Beijos amiga, se não minha mãe me mata, te amo. – desliguei.


Logo depois que desliguei, eu fiquei ali parada pensando em tudo que tinha acontecido hoje... Outra coisa que eu costumava fazer era rebobinar as cenas na minha cabeça, era tipo uma forma de reviver aquilo de novo, era legal, eu ria, falava as falas e vinham as cenas na minha memória... 


(Sexto Capitulo)

Então é isso, eu decidi, eu vou sair com o Oscar amanhã... A gente só vai passear mesmo, nada de mais... Eu vou, mas eu não vou ficar com ele, isso eu não vou... Não! Eu não estou com cabeça pra isso, é meu terceiro dia na cidade e eu já vou sair com um menino, isso definitivamente não é certo. Quando eu era da minha outra cidade eu não costumava ficar com muita gente, quer dizer... Eu só fiquei com dois meninos na minha vida toda, o Ramon e o Philipe, bem que com o Philipe não foi bem uma ficada. Era um dia chuvoso, eu tinha 13 anos e ele tinha me chamado para ir estudar com ele como a gente sempre fazia só que não havia ninguém em casa, apenas eu e ele e como éramos melhores amigos ninguém via problema de eu ficar sozinha com ele. Fizemos um brigadeiro e surgiu o assunto de eu ser “BV”, ele queria ser o primeiro e eu não vi mal nenhum nisso... A gente se beijou duas vezes e logo depois disso tudo voltou ao normal e prometemos guarda segredo.

Já com o Ramon foi ano passado, eu ainda tinha 16 anos, ele é o primo da Liza... Ele foi para lá nas férias e fomos todos juntos ao cinema e lá rolou, ficamos a semana toda foi bem divertido ficar com ele, depois dessa semana não o vi mais, ainda mais porque ele costumava ir nas férias e agora eu nem morar mais lá eu moro, enfim.

Quando notei a hora já tinha passado bastante, foi quando percebi que a minha mãe não tinha me gritado hoje ainda né? Cadê minha mãe? Desci correndo as escadas e dei de cara com minha mãe entrando em casa se despedindo de alguém, ê pá! É o tal estranho... MÃE! – gritei.

Nalu: Pode me explicar?

Mônica: Ah, ele ontem tinha me chamado para almoçar filha e eu aceitei e depois resolvemos da uma passeada. – sorriu.

Nalu: Mãe, a senhora vai namorar com esse cara ai? É?

Mônica: Ah filha que namorar o que, foi só um almoço... Não inventa! – logo mudou de assunto – E como foi seu dia, filhota?

Nalu: Ta bem mãe, eu nasci ontem... Não quero nem saber, disso ai. Foi bem, tenho uma coisa para te pedir... – abri um sorrisão.

Mônica: - começou a se deslocar pela sala guardando as coisas – O que você quer Nalu?

Nalu: Um menino me convidou para a gente da um volta amanhã, posso ir?

Mônica: Quem é esse menino Nalu? Eu conheço?

Nalu: Quem você conhece mãe, daqui? Fala sério né, claro que não! – ri.

Mônica: Que horas isso?

Nalu: Ele vem me buscar as oito...

Mônica: Ta bom, meia-noite em casa você já sabe né?

Nalu: Beleza mãe, talvez volte até antes. – entrei na cozinha peguei uma lata de refrigerante e subi de volta para o meu quarto.


Passei o resto do dia na internet, chegou um momento em que eu tinha me esquecido do dia de amanhã, achei até bom, fala sério... Definitivamente não vou fantasiar nada, se ele quiser nem vir ele não virá, então deixa isso quieto. Eu não queria dormi cedo pra não acordar cedo, sabia que aquele sábado iria demorar horrores para passar... Então quero acordar pelo menos meio-dia.

Quando já eram umas duas horas da madrugada eu caí no sono, não estava aguentando mais tinha que dormi... Acordei no sábado, era uma hora da tarde, desci fui até a cozinha e o almoço estava pronto, comi devagar percebi que eu estava brigando com o tempo, sai da cozinha deitei no sofá e fiquei vendo TV, coloquei em um filme pôs sabia que ia demorar e o tempo ia correr, quando notei eram seis e meia da tarde, vou me arrumar... Subi desesperada e abri meu guarda-roupa, que duvida cruel... Vestido, calça, short ou saia? Salto alto, sapatilha ou tênis? Ah, se ao menos eu soubesse para que tipo de lugar ele fosse me levar, tudo ia ser mais fácil. Então tá, vai ser essa... Corri para o banho, quando sai do banho, sentei na minha cama e comecei a me maquiar, não estava acostumada a me maquiar sempre, mas como era para sair com alguém diferente, não custa nada ir bonitinha. Não me empolguei demais, corretivo, pó, rímel e um batom rosinha estavam ótimos para mim, resolvi fazer uma trança bagunçada de lado no meu cabelo... Coloquei um vestidinho azul soltinho e uma sapatilha dourada. Eu não vou levar celular, não quero ninguém me perturbando, eu sei que ninguém me liga, mas com a sorte que eu tenho é capaz de até meu pai que está morto resolver me telefonar hoje, logo hoje.

Desci, sentei no sofá e fiquei esperando por ele... Já eram oito e quinze, é claro que ele não viria. Boba fui eu de acreditar, acorda Nalu você só tem 17 anos é caipira e nem se maquiar direito sabe, o que o Oscar ia querer fazer com você... Tirei minha sapatilha e descalço, comecei a subir as escadas, quando, à campainha tocou, abri um sorriso na mesma hora, não pelo fato de ser ele e sim por não ter levado um bolo logo no terceiro dia aqui. Desci correndo de novo e deslizei até a porta, ajeitei o vestido e abri a porta. Ai é ele... E estava de bermuda vermelha, com uma camisa bolo branca e um tênis azul marinho sem meia, de cabelo meio molhado.

Oscar: Nalu... Está pronta? – sorriu, me olhando dos pés a cabeça.

Nalu: Ah, eu só vou termina de por meu tênis, me atrasei um pouquinho e tal Oscar... – ri e fechei a porta.


Tudo bem, eu sei que menti, mas desde pequena minha mãe sempre me disse que é um charme se atrasar um pouquinho nos encontros e como eu estava descalça, tudo estava ao meu favor. Corri de volta a sala, coloquei minha sapatilha correndo e me dirigi até a porta de novo.

Nalu: Pronto, vamos. – falei fechando a porta, ele me abraçou por trás e me deu um beijo na bochecha.

Oscar: Ei, você está linda. E desculpa pelo o atraso. – me soltou sorrindo. 

Nalu: - fiquei sem jeito quando ele me abraçou, sorri – Tudo bem, eu também me atrasei né? – ri.

Oscar: Sem problemas. Preparada para a melhor noite da sua vida Nalu? – soltou uma risada.

Nalu: A melhor? Por que seria a melhor? – olhei pra ele desconfiada.

Oscar: Porque vai ser comigo oras, quer melhor coisa que isso? – me olhou com um olhar convencido.

Nalu: - gargalhei alto – Ah, que ridículo. Te falar que já tive muitas e muitas, fique sabendo. Pra onde nós vamos?

Oscar: Vou te levar a conhecer os lugares mais bonitos da cidade.

Nalu: De ônibus? Ih, vai demorar... – ri debochando.

Oscar: Você é muito boba cara, vamos de carro... – destravou o carro apertando um chaveiro que ele tirou do bolso e abriu a porta da caminhonete preta pra mim. Entra...

Nalu: Nossa que cavalheiro. Muito obrigada. – abri um sorrisão.

Oscar: Vai se acostumando – falou fechando minha porta e caminhou até a dele.


Fomos conversando bastante no carro, era assunto que não acabava mais... Todos aqueles medos meus não estavam naquele carro, meus problemas tinham sumido, eu só sabia ri e gargalhar com aquele garoto... A primeira parada foi no “Parque Nacional” da cidade, ele disse que a noite parecia que o Parque se transformava que ele ia sempre lá para refletir nas coisas. O segundo lugar era centro a gente ficou andando por lá mais ou menos uma hora vendo as feirinhas de artesanatos e coisas manuais e comemos algumas besteiras nas barraquinhas de quitutes. Fomos a uma casa de jogos e brincamos de várias coisas, até piscina de bolinha nós resolvemos ir, ele tentou pegar um ursinho naquelas maquinas, mas a tentativa foi frustradíssima. E por ultimo ele me levou a praia, a noite estava linda e o céu limpinho sem nenhuma nuvem só estrela e lua tinham nele.

Oscar: Sabia que trocando suas sílabas de lugar, seu nome vira Luna?
Vem de lua, é lindo. – falou enquanto caminhávamos pela areia.

Nalu: Ah, obrigada... O seu nome é um Prémio mais importante que existe no mundo do cinema, “Oscar” – ri.

Oscar: Cara por que seu pai morreu? Se não quiser falar tudo bem...

Nalu: Pois é, eu não me sinto pronta ainda pra falar sobre isso com você. Desculpa...

Oscar: Tudo bem... Fazia muito tempo que eu não conhecia uma menina assim sabia? Igual a você. – paramos e sentamos na areia.

Nalu: Assim como? – olhei pra ele.

Oscar: Bonita, simpática, engraçada, mal humorada... – ele aproximou mais o rosto do meu e ficou me olhando.

Nalu: Ahhhhhhh, os meus defeitos são maiores, bem maiores. – fiquei olhando ele chegar o rosto pra mais perto do meu.

Oscar: Suas qualidades aniquilam seus defeitos... – ele falou baixinho quase sussurrando e veio me beijar.

Nalu: Você está sendo gentil só isso – ri e virei o rosto fazendo com que ele beijasse minha bochecha.

Oscar: - ele mordeu minha bochecha e sorriu – Por que não?

Nalu: - reparei no relógio – CARACA OSCAR, JÁ SÃO TRÊS HORAS DA AMANHÃ – falei levantando correndo.

Oscar: Que horas você tinha que está em casa? – falou se levantando e me olhando -

Nalu: Meias noites Oscar, precisamos ir pra casa, corre! – sai correndo para o carro desesperada e rindo.

Oscar: Me espera Luna! – saio correndo atrás de mim.

Entramos no carro dele e ele esqueceu o pé no acelerador e saiu correndo com o carro, eu não parava de ri e nem ele. Quando chegamos em casa eu sai do carro e vi que a luz da sala estava acesa, sinal deque minha mãe estava me esperando, fui caminhando até a minha porta com o Oscar do meu lado. Quando chegamos à porta não me despedi dele direito só falei que a noite foi ótima e que eu não me divertia assim fazia tempo, ele me abraçou e me deu um beijo na cabeça e eu entrei desesperada. Caraca, minha mãe estava dormindo no sofá da sala e a TV ligada, então eu não dei um pio, tirei minha sapatilha e subi degrau, por degrau, abri a porta do meu quarto bem devagar e entrei. Tirei minha roupa, caí na cama e dormi de rímel mesmo, acho que eu estava mais preocupada com a desculpa que eu ia ter que dá para minha mãe amanhã do que com a minha noite com o Oscar.

Quando acordei, desci logo para ver meus desenhos de domingo de manhã na sala, minha mãe estava na cozinha preparando o café da manhã, me dirigi até a cozinha...

Nalu: Bom dia mãe! - sorri -



(Sétimo Capitulo)


Mônica: Bom dia filha, como foi a noite ontem? - falou cortando os pães para fazer torrada. 

Nalu: Foi boa, ele é bem divertido. - dei as costas e me caminhei até o sofá, só que bem mais tranquila, ela não notou que eu cheguei tarde.

Mônica: Dá próxima vez, chegue no horário combinado ok Senhorita?.

Nalu: - ri muito sem graça - Tudo bem bom mãe!

Me joguei no sofá liguei a tevê e fiquei ali vendo meus desenhos esperando meu café da manhã. O domingo para mim era o melhor dia da semana, era o dia em que eu tirava para mim, eu dormia, eu ficava jogada o dia todo no sofá da sala sem nenhuma responsabilidade, era o dia que eu e meu pai saiamos pra passear, e toda a família junta à igreja, quando não, ia só eu e ele era uma delicia sair com pai, ele era muito inteligente, curioso, carinhoso, trabalhador, eu tinha um orgulho imenso do meu pai... Mas chega não gosto muito de falar sobre isso.

Passei a metade do dia todo lá deitada, totalmente sedentária vendo TV, comendo besteiras. O dia passou rápido e a noite minha mãe recebeu um telefonema, era um cara chamando à pra sair e por incrível que pareça ela perguntou se eu queria ir, acho que eles iriam a um restaurante... Ah Fala sério, eu, minha mãe e o coroa que ela estava afim jantando juntos olha que nada haver, então não aceitei e resolvi continuar ali na minha tranquilidade vendo os programas de domingo.
A noite também não demorou em passar, quando sai do sofá já eram sete horas da noite, credo, levantei, tomei meu banho e fiquei mexendo no notebook e depois dormi.

Acordei no dia seguinte sorridente, me arrumei pra ir para o colégio, coloquei uma calça jeans uma camiseta com a cara do Bob Esponja estampada nela, um tênis e desci, comi e voei pra escola. Chegando lá eu fiquei procurando o Oscar e nada de encontra-lo, então entrei pra sala... Eu estava torcendo pra chegar logo o recreio só pra eu falar com o Oscar, sentei no meu lugar de sempre, César não tinha vindo hoje para o colégio percebi que estava muito chata a aula sem aquela pessoa falando o tempo todo no meu ouvido... Quando bateu o sinal do recreio peguei minhas coisas e sai da sala, comecei a andar pelo colégio procurando o Oscar. Fui à cantina, fui à quadra, fui à sala dele e nada do Oscar, caramba esses meninos resolveram mesmo faltar aula hoje, continuei caminhando pelo colégio e pensando até a escada da frente onde eu costumava ficar. Sentei na escada, coloquei meu fone de ouvido e fiquei ali viajando sozinha, bateu o sinal todos nós voltamos pra sala e as aulas passaram rápido demais, quando percebi já estava batendo o sinal da saída, graças a Deus. Corri direto para porta, comecei a caminhar em direção a minha casa quando percebi que um carro antigo não muito velho mais bem feinho me seguia lentamente, fiquei meio confusa e resolvi andar um pouco mais rápido e como não era de esperar ele veio me seguindo, então parei e dei uma virada, coloquei as duas mãos na cintura e fechei a cara, quando abaixei para olhar dentro do carro...


César: Já te disse que fica linda quando está prestes a arrumar uma confusão? - falou abrindo a janela e sorrindo.

Nalu: Af! Tinha que ser você, me assustou César, tá maluco? - me ergui de novo e comecei a andar.

César: - Imediatamente arrancou com o carro e veio me seguindo –
Desculpa Nalu, queria te fazer uma surpresa, entra aqui.

Nalu: César eu tenho que ir pra casa agora.

César: Ei, vem comigo vamos dá um volta, eu sei que você não tem que chegar em casa tão cedo... Vai ser legal Nalu.

Nalu: - parei, me debrucei na janela, fiquei olhando pra ele – O que você quer César, se for bom eu vou...

César: Vamos dá um volta, vou te levar em um lugar muito lindo, que eu costumo ir sempre depois da aula, confia em mim. - falou abrindo a porta do carro.

Nalu: Tá bom César, não vamos demorar por que eu estou com fome... - falei entrando e fechando a porta.

César: - Chegou bem perto de mim assim que eu entrei, acaricio meu rosto devagar e me deu um beijo na bochecha - Fiquei te esperando sair até agora sabia?

Nalu: Esperou por que quis, sabe que a aula termina em tal horário, estuda na minha sala, quer assunto você. – ri.

César: Ai você é muito engraçada Nalu, como foi a aula? – gargalhou.

Nalu: Foi bem normal, como sempre. - olhei pra ele dei um sorriso de lado.

César: Sentiu falta de mim, Lulu?

Nalu: Lulu? Que apelido ruim é esse? Senti falta dos seus assuntos chatos.

César: Sentiu falta de mim? Isso é um começo Lulu... - me olhou rapidamente sorrindo.

Nalu: Começo de que? Ah, não amola César. - ri muito naquela hora.

Fomos conversando um bom tempo, parecia que o lugar não era tão perto assim, mas o caminho começou a me parecer bastante familiar... Continuamos a conversar e pelo desandar da conversa eu não parava de ri, meu Deus como o César era engraçado, ele me deixava sem ar de tanta rizada que me fazia dar, me fez lembrar muito o John... Que saudades que me bateu agora daquele sorriso.

Foi então que o César começou a estacionar o carro e eu tive a certeza deque eu conhecia sim aquele lugar, era o Parque que o Oscar me levou naquela noite... Gente era ainda mais lindo de dia, paramos o carro e o César saiu dele e eu também, ele se encaminhou até o porta-malas e tirou uma cesta de piquenique lá de dentro.

Nalu: O que é isso César? – sorri.

César: Preparei uma tarde pra você curti comigo... Vou te mostrar todo o Parque, eu costumo vir aqui de vez em quando. - pegou minha mão e começou a andar.

Nalu: - Soltei a mão dele disfarçadamente e fui andando junto - Esse Parque é muito lindo, mesmo... Eu conheço.

César: Conhece? Como assim, já veio aqui? Mas com quem? - falou me olhando.

Nalu: Anda, vem, vamos pegar o melhor lugar! - entramos no Parque e eu igual uma idiota sai correndo.

Ele veio logo atrás correndo, tá eu deveria ter falado para ele que eu tinha ido com o Oscar, mas não sei o que me deu... Não quero explanar nada sem estar acontecendo algo ainda...

Sentamos em um canto que era bem reservado e a vista era linda demais. César tirou as coisas da cesta e arrumou tudo direitinho na grama e começamos a comer, por incrível que pareça tinha minhas comidas prediletas, estava tudo muito agradável... Ah tudo estava indo bem, eu não parava de ri um só segundo com o César, cheguei até me engasgar com um pedaço de pão, mas ele me ajudou batendo nas minhas costas e deu tudo certo, (Que vergonha).



Paramos um momento, deitamos na grama e ficamos olhando para o céu, César começou a me explicar o significado de cada árvore, cada ave, cara cor... E por incrível que pareça eu não queria que aquele momento acabasse, estava gostoso estar ali com ele, o estranho era que ele era o César... Foi quando ele apoiou a cabeça na minha barriga e minhas mãos automaticamente se encaminharam até o cabelo dourado e liso que ele tinha e comecei a acariciar aquelas mechas. Eu fiquei reparando enquanto o César falava, o vento batia em seu rosto fazendo assim seu lindo cabelo dança sentindo ao vento, e com medo da poeira ele fechava os seus olhos esverdeados... Eu estava gostando daquela situação e aquilo me assustou...

Nalu: César, eu acho que já está na hora de nós voltarmos né, minha mãe deve está preocupada e eu tenho muita coisa pra ser feita hoje ainda, não tenho sua vida não meu filho... - falei tirando a cabeça dele da minha barriga e juntando as coisas na cesta.

César: É o tempo passou rápido né, agora você ver. Mas é esse o impacto que você causa em mim, não tenho controle do meu próprio tempo quando estou com você, acredita? - ficou parado me olhando com um sorriso de ponta a ponta.

Nalu: Ah, César me poupe né, invés de você está ai jogando conversa fora, deveria estar me ajudando sabia? Anda, anda, levanta dai... - falei pegando a cesta e levantando.

César: Calma Naluzinha, estou indo... - se levantou e veio andando comigo.

Chegamos ao carro guardamos a cesta no porta-malas e entramos, o César arrancou com o carro, acho que ele intendeu bem quando eu disse que minha mãe deveria está preocupada comigo. Quando chegamos a minha casa, ele com sua audácia veio aproximando aquela boca grossa na minha e eu rapidamente virei o rosto ignorando-o logicamente. Abri a porta do carro e sai correndo, dei um tchau de longe e ele arrancou com o carro. Parei enfrente a minha porta e quando eu ia tocar a campainha ouvi que alguém me gritando, olhei para trás automaticamente...


Oscar: NALU! ESPERA QUERO FALAR COM VOCÊ. - vinha ele correndo atravessando a rua e berrando por mim.

Nalu: - abri um sorriso de ponta a ponta na hora - Oi, fala... 

(Oitavo Capitulo)

Oscar: Caraca garota, te procurei a tarde toda, toquei aqui na sua casa umas duas vezes só essa tarde, onde você estava Luna? - se aproximou de mim e me abraçou forte. 

Que maneira mais linda de cumprimentar alguém, com um abraço logo de cara, achei aquilo divino e meu sorriso se abriu mais ainda...

Nalu: O que houve Oscar? - falei terminando o abraço e encontrando meu olhar com o dele.

Oscar: Não cara, é que eu não te vi ontem... Pensei que você ia está andando pela rua ontem, mas nada... Eu ia te chamar pra gente ir da uma volta, mas você sumiu, fiquei te esperando voltar da escola e você nada, pra onde você foi?

Nalu: Ah tá, não é que eu fui dá uma volta por ai... Mas por falar em escola, por que não foi pra aula hoje Oscar? Tinha gente te procurando por lá... 

Oscar: Quem estava me procurando? Você? - soltou uma risada.

Nalu: Eu falei que era eu? - fechei a cara. 

Oscar: Meus amigos não te conhecem, não sabem que eu te conheço, você não fala com ninguém do colégio a não ser o César e o César não foi ao colégio hoje que ontem a gente se falou no facebook, então a única opção infelizmente é essa Luna... Você estava me procurando. 

Nalu: Enfim Oscar, shiu. Por que não foi pra escola? - dei uma risada.

Oscar: Ontem briguei feio com a minha mãe e hoje acordei sem nenhuma vontade de sair... Mas com uma louca vontade de te ver... Sabia? - colocou a mão no meu rosto e ficou acariciando ele com o dedão.

Nalu: - coloquei a mão por cima da dele e fiquei olhando pra aquele rosto - É... Já tá tarde Oscar, tenho que entrar. 

 Oscar: Não Luna, não tá tarde coisa nenhuma... São Cinco e meia da tarde ainda... 

Nalu: É mais eu tenho que entrar Oscar... - falei tirando a mão dele do meu rosto e virando de costas.

Oscar: Vamos sair mais tarde? Vamos pra praia de novo, andar um pouco, a noite estar tão linda, em Nalu? Vamos? 

Nalu: Amanhã eu tenho que acorda cedo, escola, hoje é segunda ainda Oscar, minha mãe não vai deixar... 

Oscar: Mas a gente vai às 18 horas e volta às 22 horas, não vai ter problema... Vamos? 

Nalu: Ah, Oscar vou ver... Chato a beça você – ri. 

Oscar: 18 horas eu vou estar aqui... Tá bom? - se aproximou me deu um beijo na bochecha e virou as costas e saiu correndo.

Oscar tem uma mania de não me deixar responder as coisas, ele fala e sai andando, deve ser pra eu não ter chance de dizer um não... Abri a porta e notei que minha mãe não estava em casa, subi as escadas desesperadamente para ver se minha mãe estava lá em cima e nada dela, então voltei e fui até a cozinha, quando cheguei lá vi que na geladeira tinha um recadinho preso com um imã, que dizia o seguinte:

"Filha, sai para almoçar com o Marcio não sei a hora que devo voltar, deixei a comina na geladeira é só você esquentar no micro-ondas, mamãe te ama."

Caraca, minha mãe está fora de casa até agora, com esse cara que ela conheceu semana passada... Quer saber eu vou dá um volta com o Oscar, se ela pode, eu também posso...

Bebi um copo de leite e subi correndo para o meu quarto, joguei minha mochila no chão e entrei para o banho, tomei um banho bem rápido, coloquei uma saia, uma camiseta branca, um casaquinho verde por cima e pegue um chinelinho branco e sai correndo para escada, desci a escada disparadamente, coloquei meu chinelo e fiz um coque muito bagunçado no meu cabelo e a campainha tocou, eram seis horas, o Oscar é demais em... Abri a porta com um sorriso imenso. Cheiroso como sempre.

Nalu: Vamos logo, antes que minha mãe chegue. É melhor eu por um bilhete na geladeira? 

Oscar: Sua mãe não está em casa não Nalu? 

Nalu: Não ela deixou um bilhete avisando que saiu pra almoçar com tal de Marcio e não sabia a hora que voltava... 

Oscar: Acho melhor você escrever o bilhete em, tá com o celular ai? 

Nalu: Estou com o celular sim, então me espera que eu vou lá dentro fazer o bilhete. - virei para abrir a porta, quando o Oscar me puxou.

Oscar: Não dá mais tempo, aquela ali não é sua mãe? Vem se abaixa Luna... 

Nalu: É minha mãe, se ela me pega aqui eu não posso ir... O que a gente faz? - falei me abaixando nos arbustos que tinha perto da porta.

Oscar: Fala baixinho e vem comigo... - começamos andar pelo o arbusto tentando não fazer muito barulho.


Ficamos atrás do arbusto esperando minha mãe entrar em casa, ela ficou parada enfrente a porta um bom tempo conversando com aquele cara, meu Deus ele estão desde a hora do almoço na rua, oque mais tem pra conversar? Credo... Como fala. Até que enfim, eles se despediram e ela entrou, então o Oscar me puxou e fomos andando abaixados até o carro dele, entramos no carro muito rápido e caímos na gargalhada.



Oscar: Você está bem? Se machucou? – falou entre risos. 

Nalu: Não, não! Ai que loucura... Minha mãe deve está surtando agora dentro de casa, mas eu não estou nem ai, eu vou por o pé na jaca como dizem por aqui... – sorri. 

Oscar: Então vamos logo, vou aproveitar essa sua empolgação que não acontece sempre não é Luna? – falou ligando o carro e afundando o pé no acelerador.

Naquele momento eu estava disposta a esquecer de todos os meus problemas, não estava me preocupando muito com a bronca que eu ia levar quando voltasse pra casa, estava disposta a fazer aquela noite uma das mais perfeitas da minha vida... E a companhia ajudava e muito!

Fomos conversando sobre o pai do Oscar pelo caminho, pelo o que eu entendi ele tinha a vida perfeita, o pai dele era um empresário bem sucedido, que ele só via às vezes pois o pai dele vivia viajando, só que a mãe dele pegava muito no pé dele e eles viviam em um pé de guerra, tudo era motivo de gritos, xingamentos e pelo pouco que ele me contou eu pude ver o quanto ele estava exausto daquela situação dentro de casa... Fomos conversando sobre isso até que chegamos à praia, estava linda aquela noite realmente e com o calor que fazia com que o céu não tivesse nenhuma nuvem e ficasse rodeado de estrelas. Definitivamente eu não precisava daquele casaco então eu joguei no banco de trás.

Saímos do carro e ele pegou na minha mão e eu resolvi ceder... Segurei na mão dele também e fomos caminhando até a beira do mar em silêncio, sentamos na areia e ele deitou a cabeça no meu ombro e começou a falar... 


Oscar: Que noite linda né Luna? – falava enquanto olhava pro mar. 



Nalu: Aham... Está linda a noite e tá um calor horroroso né Oscar? 

Oscar: Hum, eu te deixo quente é garota? – levantou a cabeça e me olhou. 

Nalu: Que idiota, claro que não. A única coisa que você me transmite é alergia só isso... – falei rindo.

Oscar: Alergia é? Você é muito boba menina – começou a ri – E quer saber, você falando ai me deu calor agora, tive uma ideia... Vem comigo. – falou levantando e tirando a camisa e o chinelo - 

Nalu: O que você está fazendo? Ir aonde? 

Oscar: Vamos da um mergulho, vem... Já mergulhou a noite? 

Nalu: Não, nunca fiz isso... Eu morava no interior lembra a praia ficava uns quilômetros a mais da minha casa – soltei uma risada – Estou sem roupa de banho Oscar, não pira. 

Oscar: Eu também não estou com roupa de banho, vem comigo, eu nunca entrei na água a noite, vamos fazer isso juntos? – falou me puxando pela mão e me obrigando a ficar de pé.

Nalu: Eu vou ficar de calcinha e sutiã na sua frente? Não mesmo, não surta Oscar. – soltei minha mão da mão dele e fechei a cara.

Oscar: Então se você não vem, eu vou sozinho, tchau. – me deu as costas e saiu andando em direção a água. 

Nalu: Vai me deixar aqui sozinha? OSCAR! – gritei – Me espera eu estou indo – tirei meu chinelo, minha saia, joguei tudo junto da camisa do Oscar e sai correndo atrás dele de calcinha de blusa.

Oscar: Agora já sei como conseguir alguma coisa de você, é só te da às costas... – me olhou e riu.

Nalu: Experimenta fazer isso de novo, vai ficar de pista, eu só vim atrás de você porque eu tenho medo de ficar essa hora aqui sozinha, não sei vem um estuprador e tal. – soltei uma gargalhada.

Oscar: Chega de falar, você fala demais, vem. – me pegou no colo e saiu correndo pra água e me jogou dentro dela.

Começamos a brincar na água e eu adorava afogar o Oscar, estava fria demais aquela água, mas como a noite estava quente nem estávamos ligando, estava até gostoso ficar ali... Ficamos ali, tomando banho e nadando... 


Oscar: Nalu, vamos, está ficando forte demais aqui e se você se afogar eu não vou atrás de você não. – riu e foi saindo as água.


Eu concordei e fui logo atrás dele, que menino lindo... Os cachinhos dele estavam molhados e ele balançava a cabeça jogando os assim de um lado para o outro fazendo a água espirrar, eu me perdi ainda mais, a bermuda estava na metade da bunda dele deixando amostra à cueca vermelha boxe que ele vestia...


Oscar: Ei, Luna, acorda... Está no mundo da lua é? Me responde, se arrependeu de ter entrado na água comigo? – parou na minha frente e ficou me olhando com um sorrido maroto. 



Nalu: Me diverti muito Oscar, e agora eu estou com frio... “Atim” e espirrando né. – comecei a ri. 

Oscar: É ai que eu entro... – ele pegou na minha cintura e puxou meu corpo pra junto o dele.

Nalu: - eu colei com ele e fiquei olhando pra aqueles olhos – Como assim você entra? 

Oscar: - sussurrou e aproximou os lábios dele dos meus – Deixa eu te esquentar... 

Nalu: - afastei meu rosto um pouco do ele, falei baixo – Não Oscar, melhor não... 

Oscar: Está bom Nalu. – subiu uma mão pela minha nuca, colocou os dedos entre meus cabelos e puxou meu rosto para o dele e me beijou lentamente. 

Fiquei sem reação na hora, então fechei os olhos e correspondi aquele beijo que eu tanto temia... Fico imaginando as pessoas que passaram na hora e se depararam com um menino sem camisa com a metade da cueca amostra, beijando uma menina de calcinha e blusa no meio da praia, mas eu não estava nem ligando, aquele beijo me fez viajar o meu medo de beija-lo mal sumiu na hora, ficamos ali nos beijando durante alguns minutos... Quando eu parei o beijo...

Nalu: O que foi isso Oscar? – encostei minha testa na dele e meu olhar encontrou o dele.

Oscar: O melhor momento da minha vida... – ele deslizou a mão para o meu pescoço e mordeu meu lábio inferior devagar. 

Nalu: - abri um sorriso e me afastei dele – Foi só um momento né? - sentei na areia e fiquei olhando o mar.

Oscar: - sentou do meu lado e colocou o braço envolta do meu pescoço- Em meio a tanta perturbação, você é a melhor coisa que tá me acontecendo...

Nalu: - deitei minha cabeça no colo dele e fiquei olhando para ele – Eu não queria que esse momento acabasse mais Oscar... 

Oscar: - começou a acariciar meu rosto e sorri pra mim – Temos que acordar mesmo Luna?

Nalu: - peguei meu celular e dei um pulo do colo do Oscar – Corre Oscar são Dez e meia... – falei pegando minha saia meu tênis e sai correndo para o carro... 

Ele veio logo atrás de mim gritando meu nome e gargalhando.

Entramos no carro e Oscar afundou o pé no acelerador e fomos a caminho de casa. Por mais que eu estivesse nervosa de uma coisa eu tinha certeza, a felicidade tinha batido na minha porta de novo. Oscar colocou um braço pelos meus ombros e dirigia só com uma mão, eu me sentia tão segura entre aquele braço, aquele cheiro, aquele sorriso, aquele cabelo, ai que menino... 

Oscar: O que disse Luna? 

Nalu: Hã? Nada não, pensei alto... - mordi meus lábios entre as palavras

Oscar: Chegamos, corre pra casa, amanhã a gente se vê no colégio, tá? - falou esticando a mão e abrindo a minha porta. 

Nalu: Se você não chegar a me ver amanhã, é porque eu estarei morta e sinta-se o culpado pela minha morte tá, senhor Oscar? - dei as costas para desci do carro. 

Oscar: - me puxou pelo braço me fazendo olhar pra ele automaticamente - Valeu muito apena ter insistido tanto pra você ir Luna... 

Nalu: Dorme bem Oscar... – dei o meu sorriso mais meigo e sai correndo em direção a porta de casa.


Quando cheguei na porta de casa abri a porta devagar tentei fazer o menor barulho possível, notei que a televisão estava ligada e senti como se a morte estivesse chegando cada vez mais perto, olhei para minha mãe e a pobre estava jogada no sofá babando, tirei meu chinelo e subi devagarinho na ponta dos pés. Entrei no meu quarto, tirei minha roupa e me joguei na cama, fechei meus olhos e tentei dormi o mais rápido possível, queria muito que aquela noite passasse logo.


Quando acordei, notei que estava com um sorriso enorme no rosto, minha primeira manhã bem aqui, eu estava feliz, corri para o banheiro cantarolando escovei meus dentes, tomei meu banho lentamente, vesti uma blusa de manga comprida, uma calça jeans e meu all star, peguei minha mochila e desci. Senti que a paz que eu me encontrava naquele  dia ofuscava o medo que eu estava sentindo da bronca que estava prestes a levar da minha mãe, entre na cozinha e sentei para tomar o meu café, decidi deixa ela falar primeiro, então tomei meu café quieta. Ela não parava de olhar pra mim com um sorriso no canto do rosto, eu não conseguia encara-la com medo do que viria... 


Mônica: Não vai tentar se explicar? 



Nalu: Desculpa... Não vou fazer de novo. 

Mônica: Ta bom. 

Nalu: É sério eu... O que a você disse? - botei minha caneca na mesa e olha pra ela com olhar de espanto. 

Mônica: Olha você não tem noção da raiva que eu senti ontem quando cheguei em casa e não vi a minha filha aqui, minha raiva só foi aumentando quando minha preocupação chegou com a hora passando e minha filha nada de chegar em casa... Mas ela foi embora quando ouvi você cantarolando assim que acordou e estou morrendo de curiosidade pra saber quem é ele... - desviou o olhar de mim e continuou a beber seu café.

Nalu: Pera ai, não vai brigar? Me por de castigo? Grita comigo? O que esta havendo com você mãe? 

Mônica: Minha vontade era sim de te matar... Mas eu já tive a sua idade e estava mesmo na hora de você me dá uma dor de cabeça por um menino... Mas da próxima vez você vai ganhar um tapas, está me ouvindo? 

Nalu: - abri um sorriso meio desconfiado - Valeu mãe... Vou indo se não chego atrasada. - peguei minha mochila e sai.

Quando cheguei ao colégio encontrei César me esperando na porta da escola, com um sorriso enorme e me seguindo com o olhar, abri um sorriso quando vi o César e comecei a olhar em volta procurando o Oscar, mas não o encontrava, ele deve te entrado já... 


César: Bom dia flor do meu campo. - me abraçou forte e me deu um beijo na testa.



Nalu: Bom dia César, agora me solta. - soltei uma risada e mexi no cabelinho dourado dele - Viu o Oscar por ai? 

César: Vi sim, ele já entrou... Viu como eu sou um ótimo amigo? Todos foram, mas eu não fiquei aqui esperando a Lulu...

Nalu: Ah! Tá bom César. Onde o Oscar tá? - tirei a mão do cabelo dele - 

César: Não sei, deve está ai pra dentro. Deixa-me, falar, quando vamos fazer outro piquenique daquele? Em? - pegou minha mão e começou a cariciá-la com o dedão.

Nalu: - tirei minha mão da dele, sorri de lado - Foi muito legal mesmo, até que pra um chato igual a você, você foi legal, me diverti... Vamos! - dei a volta nele e entrei no colégio. 

César: Para que tanta pressa Nalu? Falta 10 min pro sinal bater.

Nalu: Eu vou ali à Cantina, na sala a gente se vê. - desviei o caminho do dele e corri na esperança de achar o Oscar -

César: O que? - gritou, mas logo depois ignorou e continuou a andar. 


Quando cheguei lá a primeira pessoa que avistei foi ele, mas resolvi fingir que não estava vendo, ele estava em uma roda de amigos e é ruim que eu vou me meter lá, já pensou? Ele fingir que não me conhece? Já vi muito isso na TV, você vai falar com o menino e ele fingir que não te conhece só por que está com os amigos, eu não mereço passar vergonha, enfim... 



Oscar: NALU! - gritou - 


Nalu: - olhei para ele rapidamente e acenei discretamente.

Oscar: VEM AQUI! - gritou caminhando em minha direção.

Nalu: - caminhei lentamente em direção a ele, com um sorriso –

Oscar: - colocou a mão no meu pescoço e ficou acariciando e olhando nos meus olhos - Bom dia Luna, tudo bom?

Nalu: - tirei a mão dele do meu pescoço e dei um beijo demorado nela - Tudo ótimo e... Ai que ódio, odeio esse sinal. 

Oscar: Adoro sua calmaria pela manhã sabia? - soltou uma risada - Vamos para a aula... - colocou os braços envolta do meu pescoço e começamos a andar.

Estávamos andando em direção a minha sala de aula em silêncio, eu estava muito nervosa, com todos aqueles olhares concentrados para mim no corredor, o Oscar só sabia sorri e isso me aliviava um pouco, porque de uma maneira ou outra ele estava orgulhoso de está comigo, foi oque eu achei, porque... 


Oscar: Luna entra pra sala depois a gente se fala. - deu um beijo no topo da minha cabeça e correu pra sala dele.



Não deu tempo deu responder, entrei na minha sala e sentei em uma cadeira do fundo, logo o César veio puxando a mesa dele para o meu lado e como isso já era normal abri um sorriso automaticamente... Estava me sentindo feliz me sentindo bem. 



César: Posso te fazer uma pergunta? – sussurrou.

Nalu: Ih, já vem besteira fala. - falei pegando meu livro da mochila.

César: Quando eu perguntei pra você lá na entrada se a gente ia ter um segundo encontro você não me respondeu... - fixou o olhar no meu. 

Nalu: - desviei o olhar do dele e fixei no livro - A gente não teve nem o primeiro César, não viaja, olha a aula começou.

César: Não tivemos? Tem certeza? Hum... - falou diminuindo o tom da voz a cada palavra. 


Nalu: O que você disse? 

César: Nada não coisa linda... – deu um sorriso e piscou pra mim. 


Oscar, Oscar, Oscar... Que nome lindo, que garoto perfeito... Meu menino perfeito.


Meu? Acorda Nalu, não viaja... Q menino te deu um beijo ontem e hoje você já tá o chamando de seu? Acorda as coisas não funcionam assim, nunca funcionaram assim... Não para mim, pelo menos não na minha cidade... Parece que foi preciso eu me mudar para cá para conhecer o melhor da vida... Ai aquele beijo, meu Deus, será que eu beijei bem? Ele deve ter gostado né, sei lá eu gostei... E hoje falou comigo na frente dos amigos! Vamos combinar né, menino lindo e popular não fala com você na frente dos amigos quando não está afim... Então deve está afim, eu só sei que eu estou curtindo me sentir assim... Bate logo vai sinal...

César: Por que você quer logo ir para o recreio? Isso tudo é fome é? - soltou uma risada.

Nalu: Como se eu fosse uma morta de fome né César? Ah se enxerga menino... - voltei a escrever, rindo.

César: Adoro te ver assim, baladinha. - aproximou o rosto do meu e deu um beijo no pescoço rapidamente - Ficou arrepiada? Só com isso? Imagina quando eu te mostrar meu veneno... - gargalhou mais alto.

Nalu: Meu pescoço é sensível, some César, cala boca. – fiquei rindo junto com ele.

Ai que susto, ainda não me acostumei com esse sinal. Peguei meu livro guardei na mochila calmamente e me caminhei até a porta da sala, me deparei com o corredor cheio de alunos e caminhei até a cantina. Eu não conseguia ver o Oscar e achei aquilo bom porque assim ele iria me procurar né? Porque meio que ele sabe que eu fico sempre na cantina e ele não ia para outro lugar, até porque todos os alunos vem para cantina né...



Oscar: Psiu, falando sozinha Luna? - me abraçou por trás e deu um beijo na minha nuca devagar, me fazendo arrepiar.

Nalu: Ui... Eu sou sensível, toma cuidado com esses seus beijos - fechei meus olhos e abri um sorriso.

Oscar: - mordeu a ponta da minha orelha e sussurrou - É agora que eu abuso mesmo...

Nalu: - virei rapidamente para ele e o abracei - Shiu, cala boca... – sorri.

Oscar: Depois da aula vamos da uma volta?

Nalu: Preciso ir para casa, pela graça de Deus não levei uma bronca pela nossa aventura de ontem... Não posso vacilar.

Oscar: Então eu passo lá para te pegar mais tarde, que tal?

Nalu: Tenho dever de casa pra fazer...

Oscar: Olha vamos fazer assim, você pensa com todo carinho do mundo e vou esperar a sua resposta no facebook tá?

Nalu: Você sabe que é “não”... Mas, tá. - joguei meu cabelo todo para trás e fiz um rabo de cavalo - Vou ao banheiro, espera aqui?

Oscar: Vai tranquila...

César: Fala irmão... - bateu nas costas dele -

Oscar: Qual é irmãozinho? Tranquilidade?

César: Porra irmão, eu estou amando...

Oscar: Todo ano você ama uma. – riu.

César: Porra Oscar eu não paro de pensar nessa, dessa vez é serio... E o pior é que eu só levo fora e é oque me deixa mais doido. – gargalhou.

Oscar: Porra cara é sempre assim, você tem que sair dessa. Você tem que bater o olho em uma e cair em cima, tipo só aquela, agora ciscar que não rola, assim você nunca vai ser levado a sério.

César: Esse é o Oscar que eu conheço? – começou a rir.

Oscar: Enquanto isso eu to amarradão na Luna cara, por isso tô te falando, segura ai. - deu as costas, saiu andando atrás de um.

César: VOCÊ AMARRADO EM ALGUÉM? DUVIDO EIM... – gritou.

Quando voltei do banheiro o Oscar não estava mais, então, dei uma volta pela cantina procurando ele, mas não o achei... Até que o sinal tocou e resolvi voltar para sala, no final da aula eu falo com ele.

Quando eu estava entrando na sala, vinha o César “animadão” cantando atrás de mim e sentamos juntos como sempre...


César: Sumiu o recreio todo, estava aonde Nana?

Nalu: Estava na cantina o tempo todo, você que não me viu, cego! - comecei a escrever no caderno e sorri.

César: Estava nada, eu estava com o Oscar na cantina e não te vi... Viu mano, está fugindo de mim... Que isso? 

Nalu: - minha mão escorregou na hora, borrando meu caderno - Você estava conversando com o Oscar na cantina?

César: Aham po, estava contando para ele que eu estou ligado em uma moreninha que eu conheci... Sabe? - mordeu o lábio inferior quando falou olhando pra mim.

Nalu: Sério? E ele falou alguma coisa? - continuei parada olhando para o caderno, sem escrever uma só palavra.

César: Por que você quer saber o que ele falou? Sei lá oque ele falou... Não lembro, mas... Tô muito afim dessa morena que eu te falei e tal.

Nalu: Ata... - voltei a escrever.


Pronto, foi o suficiente para eu viajar... Não prestei atenção nas palavras do César, mas ouvi quando ele disse que estava afim de uma menina lá, sei lá quem e o Oscar não falou nada de mim, eu acho que quando o menino se interessa ele conta para os amigos, ainda mais em uma conversa assim... Mas se bem, que o César é um cabeção não lembra oque o Oscar falou, ele não presta atenção em nada também, um cabeção mesmo... Por outro lado, eu não tenho que ficar viajando, pareço ter 13 anos às vezes sabia, que isso...


César: Vou te levar em casa depois da aula hoje, posso? - falou mexendo no meu cabelo.

Nalu: Acho melhor não, da ultima vez que entrei no seu carro, fui parar no Parque Nacional! – sorri.

César: Ah para com isso, você se amarrou no meu sequestro. - riu e tirou a mão do meu cabelo.

Nalu: Não César, hoje eu quero ir andando, olhando a rua... E tal, relaxar um pouco... - olhei para ele e dei um sorriso sem graça.

César: Ah então já é, fica mesmo fugindo de mim... Eu te sequestro de novo em... - deu um sorriso malicioso de lado e voltou a escrever.

Graças a Deus o César não insistiu, até achei estranho, logo vindo dele que não se contenta com um “não”, mas até que foi bom porque eu queria ir embora com o Oscar... Se o Oscar quiser ir embora comigo né, às vezes eu monto uns momentos que sei lá, obrigo as pessoas...

Conversamos mais algumas coisas sobre a matéria e o sinal tocou! Graças a Deus, estava louca para ir para casa e ver o Oscar também é claro.

Peguei minha mochila, mandei um beijo para o César e sai correndo da sala, quando estava indo em direção à porta da escola vi o Oscar parado, encostado no canto da porta me olhando chegar, eu abri um sorrisão e me aproximei dele e dei um olá.

Oscar: Minha aula terminou mais cedo e eu fiquei te esperando sair, gostou? – sorriu discretamente.



Nalu: Gostei sim senhor. – sorri e sai pela porta.

Oscar: Decidiu sair comigo hoje? Diz que sim... – começou a andar comigo pela calçada em direção a minha casa.

Você não tem noção, de como foi difícil dizer não... MEU DEUS É TÃO FOFO...

Nalu: Já te disse que tenho dever de casa para ser feito Oscar, não tem condições.

Oscar: Eu estou no terceiro ano e você estar no primeiro, posso lhe ser útil nesse dever de casa não acha?

Nalu: Não quero te atrapalhar, eu consigo fazer sozinha.

Oscar: Cara jura que não quer minha companhia hoje? – parou na minha frente me impedindo assim de continuar andando e abriu um sorriso de canto de boca.

Nalu: Esta bem, seu chato!!!!!!!!!!!!! – desviei dele e continuei andando.

Oscar: Então esta bem, às 15h na minha casa?

Nalu: Tenho escolha? – olhei pra trás com cara de cansada.

Oscar: Não Luna... – veio andando para o meu lado.

Nalu: Então eu não sei onde fica sua casa.

Oscar: Sou seu vizinho mula, você mora na casa 8 e eu moro na casa 12.

Nalu: Já me deu preguiça só de pensar, chegamos, beijo estou com fome. – fui em direção a minha porta, abri e entrei.

Ai que cena de filme adolescente americano, eu indo estudar na casa do Oscar, preciso ligar para Liza a-go-ra. Dei um oi rápido para minha mãe peguei o telefone da sala escondido, subi correndo para o meu quarto e me tranquei.

Ta bom, ta bom, eu sei que não posso fazer ligação para outro estado, mas é na casa dele poxa... Minha mãe que me desculpe, mas eu tenho que ligar. Joguei-me na cama e disquei.

Liza: Fala, qual é o bafo da vez amiga?

Nalu: Nossa como sabia que era um babado?! – falei meio assustada.

Liza: Para você me ligar tem que ser babado, quando o assunto é bom você não se contenta com facebook.

Nalu: Isso que é amiga de verdade... – rimos juntas – Então amiga você se lembra do Oscar?

Liza: CLARO QUE SIM, fala amiga... – falou curiosa.

Nalu: Ele me chamou para estudar na casa dele hoje mais tarde...

Liza: E dai?

Nalu: Amiga, te contei que nos beijamos naquele dia da praia?

Liza: Nããããããããããão!!!! AMIGA, VOCÊ FICOU COM ALGUÉM? MEU DEUS, DEPOIS DE TANTO TEMPO!!!!! ALELUIA. – falou gritando e rindo.

Nalu: Para sua boba, sério amiga, foi tão diferente das coisas que costumam acontecer comigo sabe? Mas eu achava que só ia ficar nisso e agora ele me chamou pra ir estudar na casa dele... Mas eu não vou.

Liza: Qual é o seu problema mesmo? WHAT? Para de ser boba amiga, se ele quer ficar junto com você de novo quer dizer que no mínimo ele gosta da sua companhia correto? Correto. Então vai... Ele é um gato Nalu.

Nalu: Amiga, eu nem o conheço direito como irei para casa dele assim?  E amiga, eu não estou a fim de ficar com ninguém, eu não vim pra isso...


Liza: Você foi morar ai para viver sua vida, até porque você mesmo quando saiu daqui nem sabia o porquê estava indo para essa cidade nova, então não está me dizendo nada com essa frase. Seu lugar é ai agora, você não tem nada de diferente de qualquer uma dessas meninas de cidade grande, você é linda, simpática. E o que tem de estranho em um “mega gato” gostar de você?

Pronto, começou a Liza... Ela sempre foi assim, basta um garoto da as caras 2 vezes que ela já acha que ele está gostando, está a fim. Mas eu sempre fui diferente, acho que pelo medo de me machucar, medo de me envolver, gostar e não ser gostada... Eu particularmente nunca vivi um coração partido, nunca namorei né... Mas a Liza já e muitos por sinal, já chorou, já sorriu, já pisou e foi muito pisada. Acho que de tanto secar as lágrimas de Liza, prometi para mim mesma que não ia deixar meu coração ser maltratado por ninguém... 

Liza: Nalu? Alô?

Nalu: Está bem, eu vou... Ele é legal, e só vamos estudar mesmo né? Não é nenhum bicho de sete cabeças. Você me convenceu mais uma vez...

Liza: Eu sempre consigo... AMIGA, NEM TE CONTEI NÉ? Sabe aquela loirinha vizinha do...

Como já era de costume, quando eu e Liza começamos não paramos mais e olha que nem percebemos a hora passando, é tão bom conversar com a minha amiga que às vezes eu me sinto lá pertinho dela, sentada na varanda como a gente sempre ficava depois da aula, jogando conversa fora e vendo o tempo passar tão rapidinho... Quando desliguei o telefone e me dei conta já eram 14h30min da tarde, eu ainda nem tinha tirado a roupa que usei na escola, ai meu Deus, Oscar vai chegar logo e eu ainda nem almocei.

Levantei correndo da cama e fui para o banheiro, tomei meu banho, coloquei um shortinho jeans e uma regatinha branca, fiz um coque alto no cabelo, calcei um chinelinho...

Pensei: “Vou almoçar e depois passo a maquiagem e fico aguardando o Oscar chegar, meninos sempre atrasam mesmo e sem pó de rosto eu não saio de casa”. Quando eu estava descendo a escada, vi minha mãe na porta conversando com alguém.


Mônica: NALU – gritou – Tem um rapaz aqui na porta procurando você filha...

Nalu: Mãe não precisa gritar eu estou aqui... Quem é? - minha mãe abriu mais a porta.

Oscar: Oi Luna... – ele me olhou e abriu um sorriso.

Estou sem maquiagem, não acredito... Minha vontade era de virar de costas e sair correndo de volta para o quarto feito uma louca, mas não era mais tempo disso, ele já tinha me visto.

Nalu: O que você esta fazendo aqui? – falei tentando esconder o meu rosto com minha mão.

Oscar: Ta de sacanagem, a gente não ia estudar? – me olhou querendo rir da minha reação.  

Repara que esse diálogo estava acontecendo com a minha mãe parada na porta olhando sem intender nada. Pronto, vai ser motivo para assunto mais tarde...

Mônica: Estudar? Mas ela nem almoçou meu filho... Entra meu filho, que falta de educação a minha te deixar ai fora. – abriu um sorriso de canto a canto.

Nalu: Não precisa mãe, já estamos indo não é Oscar? – falei andando em direção à porta.

Mônica: Sem almoçar você não vai, que isso... Depois tem um troço ai na rua e a culpa é minha que não te alimentei, eu só tenho você Nalu, se eu não cuidar quem cuida? – falou me puxando pela blusa – Quer almoçar com a gente Oscar?

NÃO, NÃO... Além de me fazer pagar esse mico todo ela pergunta se ele ainda quer almoçar? Não pode, não pode...

Oscar: Muito obrigado dona...

Mônica: Mônica meu filho.

Nalu: Mãe, eu comi uma maçã não estou com fome... – olhei para o
Oscar, com olhar de desespero.

Oscar: Eu adoraria dona Mônica – olhou pra mim e abriu um sorriso maior que a cara.

Mônica: Até o Oscar vai comer e você não? Vai sim, sente no sofá com ele filha enquanto eu ponho a mesa lá na cozinha.

O Oscar foi andando até o sofá e eu fui atrás com a cara amarrada. Ai que garoto mais abusado, que saco eu não gosto disso... Nem sabia se eu queria mesmo almoçar, ou se eu o queria almoçando na minha casa, com aquele sorriso lindo e cabelo tão cheiroso...

Oscar: Senta Luna... – sentou no sofá e ficou me olhando.

Nalu: Nossa! Você me oferecendo acento na minha própria casa? – sentei e fiquei olhando pra ele com cara de deboche.

Oscar: O trato era estudar na minha casa, mas já que sua mãe ofereceu almoço, vou negar só porque você quer? – ficou rindo.

Nalu: Que morto de fome, cruzes tem comida na sua casa não? – não aguentei e soltei um riso discreto.

Oscar: Luna, nem fui pra casa fui visitar uma prima minha no hospital logo depois que te deixei aqui, fui direto e só voltei agora. Ai só cheguei em casa e tomei um banho mesmo, ai vim correndo porque não gosto de deixar menina esperando, acho muita indelicadeza. – falou fazendo carinho com a mão no meu rosto e sorrindo.

Nalu: - tirei a mão dele do meu rosto – A sua prima está com o que?

Oscar: Ela acabou de sair de uma cirurgia, ai agora está se recuperando... Ai, eu sempre vou visita-la quando posso. – abriu um sorriso de lado meio sem graça

Mônica: Crianças, venham já coloquei a mesa.

Fomos para cozinha, sentamos os três na mesa e começamos almoçar, eu não sabia pra onde olhava, estava com tanta vergonha daquela situação, do que pensar depois daquela situação, eu não sabia oque pensar durante aquela situação, mas o pior é que eu estava gostando... Eu sabia que eu gostava do Oscar, eu não queria, eu nem o conhecia direito, mas depois daquele beijo nenhuma menina não começaria a sentir borboletas a mais no estomago.


Minha mãe como sempre constrangedora, não deixou de me constranger na frente do Oscar durante o almoço, e ele como um bom cara de pau que era dava cada vez mais corda. Ela falou desde quando eu fiz xixi na cama pela primeira vez, até o fato do meu pai me chamar de “tripa seca” quando eu tinha lá meus 10 anos de idade. Juro pra você que se eu fosse branquinha não estaria nem mais vermelha e sim roxa de vergonha, mas tive que levar na esportiva porque afinal aquilo estava fazendo bem a ela, fazia tempo que não via minha mãe tão bem nos últimos 2 anos sem o papai.

Quando acabamos de almoçar, minha mãe pegou nossos pratos e foi lava-los e eu e o Oscar fomos pra sala.

Nalu: Então, matou quem estava te matando? – falei ironicamente

Oscar: Sua boboca, o almoço estava uma delicia muito obrigada ok? – riu

Nalu: Que nada, foi bom ter você aqui... – olhei pra baixo, meio envergonhada – Mas você já pode ir embora né?

Oscar: Luna e o estudo? Esqueceu? Você vai lá pra casa pra estudar comigo né?

Nalu: Já são quase 18h, minha mãe não vai deixar Oscar... Estudo só, deixa morrer esse assunto.

Quando eu olhei, Oscar estava seguindo até a cozinha...

Oscar: Dona Mônica, Nalu vai ter uma prova e eu fiquei de estudar com ela, ela pode ir lá para casa pra estudarmos?

Mônica: Você pode ficar aqui e estudar aqui com ela, não é melhor?

Nalu: Ah não... – sussurrei

Oscar: Por mim tudo bem, se eu não for incomodar... – olhou pra mim e abriu um sorriso.

Mônica: De jeito maneira meu filho, fica a vontade. 

Ele voltou para a sala com o maior sorriso no rosto, me falando que minha mãe tinha o deixado ficar e estudar comigo para minha prova... Pra mim essa história estava ficando fora do meu controle já, o que me restava era trata-lo bem né.

Nalu: Af, vamos subir Oscar então... MÃE ESTOU SUBINDO COM O OSCAR! – gritei

Mônica: PORTA ABERTA EIM FILHA...

Ai que constrangimento, minha mãe me envergonhando de novo. Subimos para o meu quarto, sentamos na minha cama e abrimos os livros. O Oscar além de lindo era muito inteligente, explicava tão bem com tanta paciência, ao contrário de mim que quando dava aulas ao John era a base de gritos. Muita coisa que eu não estava entendo eu entendi com ele me explicando e de quebra ainda me ajudou a terminar um trabalho de química que estava fritando a minha cabeça na sala de aula.

Vou te falar, a aulinha foi super tranquila. Não rolou implicâncias, nem xaveco barato, nem bobagens fora de hora. Ele era maduro, eu senti isso ali, hora de estudar era hora de estudar e isso me surpreendeu mais ainda. De vez em quando ele chamava meu nome duas vezes para eu voltar pra terra e prestar atenção no que ele estava falando, me dava bronca e tudo, mal ele sabia que eu estava viajando na boca dele, naquele cabelo cheiroso e enroladinho e toda hora o fazia balançar a cabeça para tira-lo do rosto...

Oscar: Luna eu não vou falar de novo, entendeu? Presta atenção, poxa. – se exaltou.

Nalu: Eu estou Oscar, entendi tudo... Você foi muito legal me ajudando.

Oscar: Vou cobrar hein, acha que vai sair de graça? – colocou a mão sobre a minha, piscou e riu.

Nalu: - sorri meio acanhada – Olha já são 21h, não é melhor você ir embora? Vai ficar tarde depois...

Oscar: Mas está tão bom aqui no seu Mundo... Estou me sentindo mais próximo de você, nem parece que eu tenho problemas Luna.

Me derreti antes mesmo dele terminar a frase...

Nalu: Gosto da sua companhia também Oscar... – falei baixinho, olhando pro seu rosto.

Oscar: O que? Eu ouvi bem? Nalu concordando comigo? Milagre. – colocou a mão no meu pescoço e aproximou o rosto, sem tirar os olhos da minha boca

Nalu: Para de bobeira que nem é assim... Só não concordo com você quando é bobeira. – tirei a mão dele do meu pescoço e me levantei da cama – Vamos Oscar, está tarde.

Oscar: - sussurrou – Nalu, sendo Nalu...

Ele levantou e foi andando para escada, eu logicamente fui atrás dele. Quando chegamos na porta minha mãe estava no sofá vendo tv, ele se despediu dela e eu abri a porta para ele.

Luna: Tchau Oscar, até amanhã né?

Oscar: Até amanhã na escola. Mas vem cá, você não está esquecendo de nada não?

Nalu: Possivelmente não.

Oscar: Mas eu estou... – ele se aproximou de mim, colocou as mãos na minha cintura e me beijou.

Eu não tive como escapar dessa vez, meus braços automaticamente envolveram o pescoço dele e me rendi aquele beijo. O Oscar tinha um hálito doce, ou eu estava me apaixonando, ainda não sei ao certo...

Depois daquele beijo ele foi embora e eu entrei em casa, minha mãe veio com as mesmas perguntinhas de sempre e eu respondi sem muita empolgação, tomando todo o cuidado para não expressar muita felicidade de ter passado à tarde com o Oscar, e falei para ela não confundir as coisas que nem eu sabia oque era ainda. Depois do papo subi, tomei um banho e liguei o computador.






Liza, John, Philipe e eu nos conectamos na mesma conversa no facebook, nossa, essa semana que tinha passado já tinha acontecido muita coisa, e olha que a cidade era pequena, conversamos, rimos, eu queria mesmo era ter ouvido a voz deles mas não dava, então oque restava era o facebook... E a fofoqueira que só ela e não aguentava ficar de boca fechada, comentou sobre o Oscar. O John me deu muita força, parecia ser melhor amigo do Oscar, como defendeu e botou pilha esse menino... Já o Philipe, não gostou muito da ideia de não estar fazendo parte de perto desse meu momento afinal ele como meu quase irmão sabia que eu nunca tinha me apaixonado por ninguém antes e nem mesmo beijado na boca direito, então ele ficou com medo de da alguma coisa errada e não está perto de mim para me defender.

Passamos mais algumas horas conversando e fomos dormir, ou pelo menos eu fui né.

Já no dia seguinte, o mesmo ritual de levantar morta por ter ficado até tarde na internet, com aquela dor de cabeça por não ter dormido as horas necessárias de sono (que para mim deveriam ser 11h), para tomar banho e ir pra escola. Acho que eu era uma das poucas que iam de “cara limpa” para a escola, não tinha paciência para me maquiar e aquela regra minha de não sair de casa sem corretivo e pó virava mito. Uma calça jeans, uma sapatilha, uma camiseta de coraçõezinhos e um rabo de cavalo mal feito e, pronto, essa era Nalu das manhãs de aula na escola. Tomei meu café, ouvi minha mãe falar e falar que era uma tortura pelas manhãs. Eu sempre fui do tipo de pessoa que antes do meio dia eu não era ninguém, eu não queria conversar, eu não queria sorrir, eu só queria fazer o necessário e ficar comigo mesma. Obrigatoriamente teve que mudar quando me mudei de cidade e minha mãe só conseguiu vaga na escola no turno da manhã, do dia para noite tive que me acostumar a acordar de madrugada, tomar banho de madrugada, me alimentar de madrugada e ser gentil de madrugada, pois oque foi meu maior desafio.

Ao chegar à escola, andando pelos corredores em direção a minha sala de aula, com 7 minutos de antecedência, olhando para o chão como sempre fazia com meu fone de ouvido no ultimo volume, ouvido “Drunk in Love” que me fazia viajar, perder a noção de espaço. Eu dublava em som mudo, eu naquele momento era a “Beyoncé sem noção” em pleno colégio e o melhor era que eu não ligada, costumava ver as meninas cochichando, mas não me importava e até me arriscava a da umas balançadinhas quando chegava no refrão, mordia o lábio, sensualizava. Só bastava tocar Beyoncé que eu esquecia a dignidade em algum lugar... Mas odiava quando alguém me cutucava, me fazendo tirar o fone do ouvindo na minha musica preferida do mês.

Nalu: Oi César... Eu estava ouvindo musica, não sei se você percebeu?

César: - gargalhando – Eu estou vendo você igual uma louca viajando ai gatinha... Está ouvindo o que?

Nalu: No caso é “estava” né, porque você me atrapalhou... Eu odeio isso César. Beyoncé – dei um sorriso sem vontade – Vamos para sala.

César: - pegou minha mão e saiu me carregando em direção à sala – Eu curto algumas musicas dela também, qual você estava ouvindo?

Nalu: (Eu estava com muita preguiça para tirar minha mão da dele, então deixei...) Drunk in love...

Quando chegamos na sala, sentei no canto da sala e o César sentou do meu lado, eu peguei minhas coisas da mochila e coloquei sobre a mesa, encostei minha cabeça na parede e olhei pro caderno, que preguiça de tartaruga...

César: Drunk in Looooove – cantou afinadíssimo e baixinho, me olhando com cara de bobo.

Nalu: (Que fofo, cantando minha musica predileta do mês ainda sabendo cantar, ele tinha um timbre meio roco, CÉSAR SABIA CANTAR!!) – fiquei olhando para o rosto dele com cara de boba, dois idiotas de olhando – Nossa...

César: O que foi? – sorriso meio acanhado.

Nalu: Que voz linda... Você sabe cantar, que voz linda... – fiquei paralisada olhando para o rosto dele com cara de boba, só mexendo a boca.

César: Não viaja, não é isso tudo... – riu e virou pra frente.

Nalu: Como não, é isso você canta muito bem, que voz gostosa César... – continuei olhando para o rosto dele paralisada, com sorriso fino no rosto.

César: Está apaixonada Naluzinha? – olhou para mim com sorriso de canto.


Nalu: Começou a bobeira – comecei a rir – É sério, gostei de você cantando... Mas não deu para eu me apaixonar ainda não em...

César: Ainda não? Ahhhhh, então quer dizer que quando me ver tocando violão vai se apaixonar? – mordeu a boca me olhando.

Nalu: - soltei uma gargalhada – Você é muito engraçado moleque...  Toca violão? Eu amo violão, sabia?

César: Quer que eu toque para você? – sorrio de canto a canto.

Nalu: Mas só se você cantar também... Vai cantar?

César: Claro, gata! Por você vou até subir no banco da praça e dançar! – subiu na cadeira e deu uns agudos.

Que vergonha, César me fazendo passar vergonha logo de manhã... E eu ainda nem conhecia todo mundo da sala! Puxei-o pelo braço correndo e o fiz sentar, pela graça de Deus a professora chegou na hora oque impediu dele fazer mais alguma gracinha.

Por mais que o César fosse um exagerado, eu estava gostando de tê-lo por perto, ele estava sendo uma boa companhia, um bom amigo... Fazia-me rir, me fazia esquecer a saudade dos meus companheiros de uma vida da minha antiga cidade, era uma montanha russa ter ele por perto. Ao mesmo tempo em que me fazia rir, fazia com que os outros rissem da gente, e além de ser um gato.

Nalu: - falei baixinho pôs a professora estava dando matéria – César, posso te fazer uma pergunta?

César: Claro, até duas...

Nalu: Você conhece o Oscar muito tempo?

César: O Oscar meu amigo?

Nalu: Esse mesmo... É.

César: Sim, faz uns 4 anos que somos amigos. A gente se conheceu na nossa antiga escola, na sétima série... Por quê?


Nalu: Por nada demais, você sabe se ele gosta de alguma menina ou algo assim?

César: Que pergunta é essa Nalu? Você me falou que não tinha cabeça pra isso, e agora quer saber se o Oscar tem namorada?

Nalu: Não foi isso que eu perguntei não César, não viaja... Eu só perguntei, por perguntar vocês não são muitos amigos pensei que você sabia.

César: Nalu eu não sei, ele não me contou nada de menina nenhuma não... Para de falar, por favor, eu quero prestar a atenção na aula. – olhou para frente e voltou a copiar a lição.

Nalu: - cochichei – César, fala comigo...

César: Fala princesa, oque você quer?

Nalu: César, se você gostasse de uma menina você contaria para o seu amigo?

César: Sim... Por quê?

Nalu: Ata obrigada, por nada são só uns pensamentos...

Nossa... Pelo menos eu sei que ele não tem ninguém, mas se eles são muito amigos porque ele não falou que a gente se beijou pro César? Eu acho que eu estou viajando demais, talvez o Oscar esteja curtindo comigo, mas nada muito importante pra contar para o amigo... Eu queria tanto poder decifrar os meninos, porque o sinal que ele dá o jeito como ele está me tratando a essa semana, sendo que me conheceu praticamente ontem é tão diferente... Mas a Liza sempre me contou que quando o cara está realmente afim ele sempre conta para os amigos. Mas talvez o César não seja tão amigo assim né? Como não Nalu, mais de 4 anos estudando juntos, você está viajando mesmo, eles são muito amigos, e contam tudo um para o outro... Mas porque não contou de mim?

César passou o resto das primeiras aulas calado, não deu um pio a mais comigo... Eu não entendo o porquê que o tagarela do César se emudeceu. Quando o sinal para o recreio tocou eu peguei minha mochila e levantei pra sair da sala chamei o César, mas ele disse que estava com sono e que iria tirar um cochilo ali mesmo na sala de aula, então fui sair da sala, quando eu olhei o Oscar encostado na porta da minha sala com um chocolate na mão, abri aquele sorriso na hora...

Oscar: É pra você, em agradecimento do almoço de ontem...

Nalu: - peguei o chocolate e fiquei com um sorriso bobo na cara – Obrigada... – comecei a andar em direção ao refeitório e o Oscar veio atrás.

Oscar: Sabe o que eu estava pensando Luna? A gente já saiu junto, fugimos juntos e ainda almocei na sua casa...

Nalu: Deixando bem claro que em algumas vezes foi contra a minha vontade... – ri.

Oscar: É bobona, mas perdeu a hora, porque a companhia estava boa... Estou errado? – riu.

Nalu: Enfim, continua...

Oscar: Eu não tenho o seu telefone cara...

Nalu: - me deu um ataque de risos – Que louco...

Oscar: Cara para de rir e me dá o telefone... – me entregou o celular.

Eu anotei o meu numero no celular dele com o nome de Luna (já que era assim que ele me chamava...). Sentamos à mesa do refeitório dos amigos dele de sala, ele me apresentou para todos como Luna, eu tive que corrigir meu nome para todos, ficamos jogando papo fora e as meninas não paravam de me reparar da cabeça aos pés. Eu não liguei muito não, mas fiquei intrigada com essa falta de educação tremenda que é você nem disfarçar. Em compensação com os meninos me dei muito bem, eles nem esquentaram comigo ali, conversaram os mesmos assuntos como se eu nem estivesse ali, ou fosse uma estranha e coisa assim. Eu tentei me enturmar, gostei deles, mas se fosse pra escolher um amigo mais legal eu escolheria o César.


Em nenhum momento perguntaram se éramos namorados, ou jogaram alguma piadinha, cheguei a me acanhar a cada vez que iam iniciar uma pergunta ao Oscar, mas nunca era relacionado a mim... Graças a Deus, acho que aquela situação para os amigos dele era normal. Quando o sinal tocou, ele me deu um beijo no topo da cabeça e me acompanhou até a minha sala, entrei e sentei no meu mesmo lugar...


César: Sabe por que eu não quis ir para o recreio com você hoje? – puxou sua cadeira pra perto de mim.

Nalu: Se eu quisesse saber, eu perguntaria não acha? – ri. É BRINCADEIRA... Fala, por quê?

César: Nossa, você as vezes é desnecessária... Eu to meio pra baixo hoje. – foi devagarinho deitando a cabeça no meu ombro.

Nossa, que mancada que eu dei, vou ter que consertar isso de alguma forma...

Nalu: Nossa! Você chateado com alguma coisa? Nunca vi você é 100% alegria, o que houve?


César: Uns problemas que estão rolando comigo entende, a época de provas está chegando, eu sou repetente você sabe né? E mesmo assim eu não estou conseguindo acertar, eu sou muito ruim em história, eu não consigo estudar em casa, matemática também está acabando comigo, eu não sei oque eu faço... E o pior que se eu repetir de novo, eu vou ter que trocar de colégio, e se eu tiver que trocar de colégio porque repeti minha mãe acaba comigo Nalu.

Nalu: Você não pode trocar de colégio, você é meu único amigo aqui... Não, não!

César: - ele me olhou e abriu um sorriso tão meigo e sincero que não tive como não sorrir também - Que legal saber que eu vou fazer falta pra você Naluzinha... – dito isso, me abraçou forte.

Ficamos ali uns segundos abraços um fazendo carinho no cabelo do outro, com aquela sensação de que “não quero ficar sem você”.

Nalu: - me soltei do abraço dele devagar – Eu irei te ajudar, a gente vai da um jeito... Eu não sou muito boa com história, mas com matemática eu sou. E o Oscar está me ajudando com algumas matérias ele pode te ajudar também, a gente pode fazer um grupinho de estudos? Ele é muito inteligente César, vai dá tudo certo... Reprovado é que você não vai ficar.

César: Obrigado mesmo, mas você me disse que você e Oscar estão estudando juntos? Como assim Nalu? Eu nem sabia que você e o Oscar se viam fora da escola...

Caramba, eu não acredito que eu dei esse mole, deixei escapar que eu e o Oscar nos vemos, eu não queria falar nada para não parecer está espalhando algo nada haver, ele que é amigo do César, ele que tinha que contar e não eu a “novata desesperada”. Se bem, que acho que não tem problema nenhum em um amigo ajudar uma amiga não né?

Nalu: César, então é a gente é amigo e ele viu que eu estava com uns problemas e resolveu me ajudar... Só isso.

César: Aonde foi isso? Onde vocês se encontraram?

Nalu: Olha, por que você quer saber disso tudo César? Pirou?

César: Não, mas é que, sei lá... Eu não sabia nem que vocês se falavam e do nada, se encontram?

Nalu: Não foi exatamente um encontro, ele foi na minha casa me ajudar com alguns trabalho para as provas.

César: O QUE? SUA CASA? – gritou.

Nalu: César, que vergonha... Fala baixo, está todo mundo olhando. – coloquei a mão na boca dele.

César: Desculpas, mas é que... É que... Deixa pra lá. 

Nalu: César, para! Olha aqui, para no final da aula vamos falar com o Oscar sobre esse assunto de estudo tá?

César: Ta bom...

Viramos para frente, para prestar atenção na aula que acabará de começar. Que mancada que eu dei de te contado pro César, o César é fofoqueiro, e eu ainda acho que se o Oscar que é muito amigo dele, não contou nada de mim, nem comentou que me conhecia, ou falava comigo é porque é curtição. Só que está sendo difícil, separar a curtição... Eu nunca “curtir” com ninguém, é novo.

Assim que bateu o sinal peguei minha mochila e sai correndo da sala de aula, para falar com o Oscar, queria contar do drama do César e vê se dava pra gente o ajudar. O César nem veio atrás de mim, ele estava em uma lentidão só para copiar a matéria, então por isso eu sai na frente.


Fui correndo em direção a escada da porta principal, parei no meio da porta e fiquei olhando para os lados, tentando achar no meio aquela multidão de aluno alguém de cabelo cacheado e preto, meu celular vibrou, “ olha para atrás”, assim que eu olhei era Oscar e parecíamos estar em uma cena de cinema, um monte de gente passando do nosso lado e a gente ali parado no meio delas se olhando e sorrindo feito dois idiotas...

Oscar: Sábia que estava me procurando... Acertei?

Nalu: Quase, eu estava procurando o... É, o... Aquele lá, você não conhece não. – ri.

Oscar: Eu também estava te procurando bobona. – pegou na minha mão e riu.

Nalu: Eu queria falar com você, preciso muito da sua ajuda, na verdade não sou bem eu, mas sou eu também, é... Tipo você entendeu?

Oscar: Oi? Calma, devagar – ficou rindo – Acho que sim, ajuda parar o que?

Nalu: Então, a gente precisa ajudar o César... Ele estar indo muito mal nas aulas e estar com medo de reprovar. E eu pensei que como você me ajudou com os meus trabalhos ontem, você também poderia ajudar o César, eu até pensei da gente fazer um grupo de estudos sabe, o que você acha?

Oscar: Poxa, eu acho muito legal Luna eu sempre falei nesse assunto com ele, desde o ano passado, mas nunca foi pra frente, nunca dava pros dois, ai foi morrendo. Mas eu topo!

Nalu: Ah, eu sabia que você ia topar você é amigão dele e também é muito legal, eu sabia, estou louca pra contar para ele. Vamos andando que eu quero assistir minha serie que vai começar 13h.

Oscar: É que o César me mandou uma mensagem pedindo pra eu esperar por ele que ele queria falar comigo, ai como já são 12h15 acho melhor você ir indo, para eu não te atrasar...

Nalu: Ah, então aproveita e fala com ele do grupo e tudo mais, ok? Depois a gente se fala. – dei um beijo na bochecha dele e sai correndo de vergonha.

César: Oscar, fala ai irmão! Beleza?

Oscar: Beleza cara. Ah, eu tenho uma coisa pra te contar... Mas me fala o que você quer falar comigo?

César: É, que coisa?

Oscar: Luna estava falando comigo, da gente fazer um grupo de estudo pra te ajudar e pá? O que está pegando? Você nem falou nada comigo irmão, eu te ajudava...

César: Quem é Luna? Eu não conheço nenhuma Luna aqui da escola... O que eu queria te perguntar é se você já ajudou a Nalu com os estudos e tal, sabe a Nalu aquela moreninha da minha sala? Então...

Oscar: Sei a Luna... Lembra que eu te falei a alguns dias que eu estava amarradão na Luna, que eu tinha conhecido ela, e tudo mais... 

César: Não estou falando de Luna nenhuma, eu estou falando da Nalu...

Oscar: Eu também estou falando da Nalu, só que eu a chamo de Luna cabeção... Porra César tu é muito lerdão.

César: Caralho cara, a Luna é a Nalu? CA-RA-LHO!

Oscar: É po, por que, oque foi?

César: Você lembra a moreninha que eu estava apaixonado e que eu te disse que não era só mais uma, é a Nalu.

Oscar: - começou a rir – Que surreal... Como assim? A gente afim da mesma garota?

César: Cara isso é engraçado? – começou a rir junto – Como vamos fazer?

Oscar: Nós já saímos algumas vezes e a gente acabou ficando, você também?

César: A gente já saiu, mas ficar não chegamos não. Tentei muito, mas não rolou, ela é muito marrentinha cara... Fico louco com isso.

Oscar: Ta bom, mas agora esquece, nem tenta... Que ela está comigo agora.

César: Você gosta mesmo dela cara? Porque eu estou gostando.

Oscar: Só que você gosta de milhares de garotas né César... Eu estou apaixonado. E agora?

César: Cara, você é meu melhor amigo. Se você está apaixonado por ela, e vocês já ficaram, pode ficar tranquilo que eu vou me segurar e tal... Não vai passar de amizade, eu te prometo isso. Mesmo que isso me machuque um pouco, porque vai ser foda... Mas estou contigo.

Oscar: Porra, velho. Valeu mesmo, por entender e tirar o seu de reta... E a parada do estudo? Vai querer?

César: Eu topo... Eu estou na merda mesmo, não tenho nem como dizer não. Nice? – estendeu a mão.

Oscar: - bateu na mão dele – NIIIIIICE.

Nossa agora eu fico pensando, como as coisas entre meninos são tão mais simples de acontecer e se resolver. Fico muito intrigada com a capacidade que nós meninas e mulheres temos de transformar coisas simples em um bicho de 7 cabeças, ou como que amizades vão e vem, por simples briguinhas relacionadas sempre ao sexo masculino, quando que para eles, desatar nó é tão fácil, como atar.

Mas enfim, quando eu cheguei em casa me joguei no sofá e liguei a minha TV, ia começar minha serie favorita... “Pretty Little Liars”. Estava eu assistindo minha serie, jogada de calcinha e sutiã no sofá quando meu celular toca, era mensagem e de quem? Do Oscar, que fofo, perguntando o que eu estava fazendo e se eu podia me encontrar com ele para conversarmos. Bom eu de primeira tive um surto, passou mil coisas pela minha cabeça, coisas ruins e coisas boas, porém Liza disse para mim que quando homens dizem que precisam conversar, quer dizer termino, mas depois eu parei e pensei: Terminar o que? Acorda Nalu... Ai eu fiquei mais tranquila né e respondi que ainda nem tinha almoçado e estava com sono, mas se fosse algo muito importante eu poderia me encontrar com ele mais tarde, depois do almoço, caso eu não dormisse e ele topou.


Terminei de ver minha TV quando o almoço ficou pronto, não sei se eu já contei, mas minha mãe tinha um horário muito desregulado para me alimentar com almoços, às vezes na minha outra cidade quando eu chegava em casa da escola o almoço já estava pronto, e as vezes eu dormia e acordava e ele nada, e quando eu comecei a estudar de tarde foi pior ainda... Mas eu sempre me virei com comida congelada, então não era tão dramático assim sair sem almoço como você deve está pensando.

Quando terminei de almoçar, subi para o meu quarto e olhei para minha cama, olhei para o celular e escolhi ficar com a cama e não com o Oscar, desmaiei, acordei 1 hora depois com o celular gritando de mensagens e três chamadas perdidas do Oscar. Tomei banho e me arrumei, quando digo “me arrumei” não é o “me arrumar” de ficar arrumada, e acreditem só coloquei um short e uma blusa e saí e como estava com preguiça de me maquiar e estava meio com cara de sono, eu tinha um truque para meus momentos “preguiça”, eu colocava um óculos escuros e prendia o cabelo, saia com cara de atriz famosa, mas também não tirava os óculos por nada.

Quando abri a porta, o vi parado encostado no carro me esperando em frente a minha casa, que cena de filme, não tinha nada haver com a vida que eu costumava a viver. Andei até a ele e nos abraçamos, perguntei oque ele queria e ele disse que era pra eu entrar no carro que a gente ia ao cinema e conversaríamos...

Nalu: Pirou? Eu estou de chinelo, não irei ao cinema de chinelo.

Oscar: Você está linda, vamos Luna... Aproveita que está de tardinha, se você ficar demorando anoitece ai é que neguinho vai reparar nessas havaianas sujinhas... Vamos logo. – abriu a porta do carro e ficou esperando eu entrar rindo.

Nalu: Perdeu a noção, eu sou caipira, mas não sou suja não. Não vou de chinelo Oscar, eu não vou. – bati o pé, e me virei para voltar para casa na intenção de mudar o calçado.








Ele se aproximou de mim e me pegou no colo e me colocou dentro do carro, logicamente eu comecei a gritar: NÃO VOU, NÃO QUERO! E de nada adiantou, quando eu vi o carro já estava em movimento rumo ao cinema, shopping. Assim que chegamos ao shopping, era tão cheio e grande que ninguém olhava para mim e muito menos reparava no meu chinelo “sujinho”, mas as meninas estavam todas arrumadas e maquiadas, dei graças a Deus pelos meus óculos escuros. Porque o Oscar do jeito que é só Jesus... Tudo muito diferente do shopping da minha antiga cidade, pequeno e vazio.

Fomos para fila do cinema, quem diria eu em pleno dia no meio da semana em um cinema, que demais. Conversamos bobagens até chegar nossa vez na fila, já que a conversa com o Oscar era tão dramática que ele queria sentar para conversar comigo e não podia ser naquela fila “cheia de gente a nossa volta”. Compramos nosso ingresso, e fomos tomar um café gelado, descobri que tínhamos isso em comum ele adorava café gelado tanto quanto eu, nós então sentamos na cafeteria.

Nalu: Você já pode falar, ou a sua conversar “super mega” secreta precisa de algum sigilo a mais?

Oscar: Conversei com o César hoje né, no final da aula, falamos sobre o grupo de estudos e ele topou e tudo mais.

Nalu: Era isso Oscar? – fiquei olhando séria para cara dele – Você me tirou da minha casa, minha cama, para isso? Você não podia me falar isso pelo telefone, ou esperar até amanhã? Ou até mesmo me falar na porta da minha casa? Precisou me trazer para o shopping pra me contar isso? Não estou acreditando nisso...

Oscar: Que isso cara, você fala demais Luna, é impressionante... – falou rindo entre as palavras – O César perguntou de nós dois.

Congelei... Ele disse “nós dois”, no plural, igual casal, foi isso mesmo?

Nalu: Nós dois? O q-que tem nó-nós dois? Eu não falei nada Oscar, sério, juro.

Oscar: Calma garota... E se falasse qual seria o problema? Nós não ficamos mesmo? Então... Posso continuar? – ele pegou na minha mão encima da mesa e ficou fazendo carinho nela.

Nalu: - sorrir, olhando para ele – Pode.

Oscar: Ele perguntou se a gente tinha saído e eu contei que nós já tínhamos ficado ai eu disse que você era a Luna de quem eu tanto falava... E ele se espantou.

Nalu: Eu não sabia que você falava de mim... E oque o César falou? Ele disse alguma coisa?

Oscar: Você ainda não sabe muita coisa sobre mim, e é isso que eu quero falar... Eu desde o dia em que você gritou comigo pela primeira vez na rua, lembra quando eu estava correndo? Eu te achei muito grossa, maluca e descontrolada, mas também te achei muito linda e fiquei com medo de não te ver de novo. Quando descobri que você estava estudando na mesma escola que eu, sabia que não era atoa, era um sinal, eu não sei oque pensei, só sei que eu tinha que te conhecer... Você só me deu foras, e sua grosseria era tão meiga e engraçada que me fazia insistir cada vez mais. E quando você me beijou, quer dizer, quando eu te beijei eu soube que eu não ia querer parar mais...

Nalu: Nossa! Nunca ninguém tinha me falado nada do tipo... Eu não estou acostumada a ouvir coisas assim Oscar eu estou nervosa... Eu não sei oque dizer. – comecei a tremer e meus olhos se encheram de água.

Oscar: Não precisa Luna, eu que só precisava te dizer isso...

Ele levantou, aproximou a cadeira pra mais próximo de mim, colocou a mão no cabelo da minha nuca e me beijou intensamente e é claro que retribui o beijo. Ficamos ali, nos beijando e cuidando um do outro como se todo o resto mundo tivesse virado figurante do meu filme de romance e eu pela primeira vez virei à personagem principal de uma vida que até então eu nunca imaginei viver, o Oscar não chegou a me contar o resto da conversa que ele teve com o César e eu nem aí em perguntar. Quando deu a hora do filme, fomos para o cinema e sentamos nas cadeiras do meio, o Oscar queria ir para o fundo, mas eu era complexada com o “fundo”, achava que quem sentava lá era para fazer sacanagem e que alguém iria me repara e achar que eu estava indo para farrear no cinema... Que ingênua achar que alguém se importava comigo ali, mas mesmo assim insisti e ficamos nas cadeiras do meio.

Vou confessar parar você, que quando o Oscar começou com aquela declaração linda eu fiquei morrendo de medo dele me pedir em namoro, eu fiquei com a esperança dele me pedir em namoro, mas também com medo de não saber namorar... Ainda bem que foi só um desabado, e digamos que o desabafo mais lindo que alguém já teve comigo.

Quando terminou o filme Oscar me levou para casa, ele fez questão de sair do carro e me acompanhar até a porta da minha casa.

Oscar: Pronto Luna, chegamos...

Nalu: Eu percebi né e tal... – soltei uma risada.

Oscar: Ai, ai Luna se você não existisse eu ia pedir para Deus te inventar... A noite foi ótima, sua companhia é maravilhosa garota.

Nalu: Ah para, se eu fosse branca eu estaria vermelha agora... – fiquei rindo, tentando descontrair o fato de eu está super constrangida e sem jeito.

Oscar: Manda um beijão para sua mãe ta? Amanhã a gente se ver na escola. – colocou a mão no meu cabelo e me beijou de vagar por uns 19 segundos.

Logo depois entrei em casa, não dava mais para evitar oque estava acontecendo e o mais estranho é que não fazia nem 1 mês direito e lá estava eu, gostando demais do Oscar, comecei a sentir os sintomas que a Liza me falava que sentia antes de namorar com os 16 meninos que ela se relacionou. O estomago embrulhou a véspera do encontro e depois que o encontro acabou ele ainda estava embrulhado, os pés formigando e eu não conseguia tirar o sorriso bobo da boca e nem o Oscar da cabeça...

Nalu: Mãe preciso usar o telefone para ligar para Liza, é uma emergência, não dá para esperar...

Mônica: Negativo, a gente ainda não se estabilizou financeiramente Nalu, precisamos economizar. A hipoteca dessa casa é cara, eu ainda não estou firme no emprego, não podemos abusar minha filha, já pensou se...

“Mãe, pelo amor de Deus... Que discurso é esse?” Foi o que eu pensei, mas era oque eu queria ter gritado naquela hora.

Nalu: Mãe, vai ser rápido, por favor...

Mônica: Se é tão urgente, porque ela não te liga? Só você que tem que ligar pra ela? A mãe da Liza trabalha sabia, ela tem condições de pagar uma conta caríssima de telefone Nalu, avisa isso para a Liza.

Nalu: Mãe não surta, fala sério! Eu vou para o computador então, a senhora está sem limites hoje, que isso... – segurei o riso.

Não é por nada não, mas nessas horas eu sinto uma falta enorme do meu pai, porque quando ele era vivo eu fazia tudo, ia voltava e sempre tinha dinheiro. Nós não éramos ricos, mas como a cidade era pequena tudo acontecia ali, a gente não precisava e nem se importava em ir para muito longe. Gostávamos dali, de se divertir por ali então era tudo baratinho, as coisas só aumentavam o preço em dia de festa na cidade, ou em férias que a cidade enchia, mas fora disso... Era uma paz que só vendo, que saudade.

Subi para o meu quarto melhor que de costume, não me aborreci com a minha mãe porque não consegui, não consegui ficar nervosa e nem estressada, pois estava feliz demais para tal emoção.

Peguei meu celular e mandei um torpedo para Liza, Philipe e John entrarem no facebook e como sempre com a gente era “missão dada é missão cumprida”, todos imediatamente entraram no facebook para saber que tinha acontecido comigo já que nós havíamos conversado não fazia muitos dias. Contei para eles a história desde o começo, de como conhecia o Oscar até o dia de hoje... John e Philipe acharam uma loucura, não uma loucura de que um menino poderia se apaixonar desse jeito assim tão rápido, mas disseram que o estranho foi ele ter falado aquilo tudo para mim em menos de um mês, falaram que homens normalmente pensam e analisam a situação antes de soltar o verbo para quem for que seja. Diferente da Liza, que por pouco não arrumava um jeito de atravessar a tela do computador e me abraçar, disse que estava encantada com o Oscar, o jeito como eu o descrevia era tão apaixonante que ela conseguia ver a magia nas minhas palavras... É eu sei, Liza era extremamente exagerada.
John me apoiou e disse que nas férias iria vir para cá, apenas para conhecer esse “Tal de Oscar”, mas o Philipe não gostou muito da ideia, acho também porque ele é meu melhor e sempre cuidou de mim com todo o selo e carinho, o medo que o Philipe tinha de me ver chorando era tão forte que se ele pudesse pegar a minha dor que eu senti quando perdi meu pai e transferir para o coração dele, ele assim faria... Era meu irmão, meu melhor amigo, e ainda é a pessoa em que eu mais confio. Quando ele dizia sim, era sim, quando dizia não, era também não, e sempre foi assim, só que dessa vez ele não disse nem para eu ir e nem para eu recuar, ele só disse que não estava muito a vontade com essa notícia, porém eu relevei, era ciúmes de melhor amigo, eu sei que é e nas férias quando ele conhecer o Oscar ele muda de ideia.

Conversamos mais um pouco e eu peguei no sono, como eu usava o notebook na cama, eu cai para um lado e o notebook para o outro.
No dia seguinte acordei com a minha mãe mais sorridente do que nunca, me arrumei, tomei meu café da manhã cantarolando de felicidade e logo depois fui para o colégio. Quando cheguei entrei logo para sala de aula e vi uma rosa amarela em cima da minha mesa e todos os alunos olhando para mim... Eu não acredito, que vergonha. Perguntei para o César quem havia deixado àquela rosa encima da minha mesa e ele disse que o Oscar, e falou isso sem nenhum entusiasmo nas palavras.

AI MEU DEUS, COMO ASSIM? – pensei.

César: Então, você e o Oscar conversaram ontem, sobre alguma coisa?

Nalu: Então, ele me disse que falou com você sobre o projeto do grupo de estudo, correto?

César: Correto! E foi só isso que ele disse? Acho que não né, porque essa rosa não estaria na sua mesa sem motivo.

Nalu: A gente conversou sobre a conversa de vocês, ele me disse que gostava de mim, e outras coisas... Me disse que te contou sobre isso, me disse coisas lindas ontem, coisas que eu nunca ouvi de nenhum outro menino e agora ele deixou essa rosa em cima da minha mesa, que sensação boa.

César: Hum, fico muito feliz então... Gostaria que você tivesse me contato, que estava saindo com o meu melhor amigo antes, mas tudo bem.

Nalu: - coloquei minha mochila embaixo da cadeira e sentei nela – Como assim?

César: Poxa Nalu, como assim? A gente conversa a beça, eu achei que eu era seu único amigo nessa porcaria de cidade, depois vi que você conhecia o Oscar, mas achei que era só conhecer de vista, ou de “oi”. A gente foi pra cima e para baixo juntos, eu fiz um piquenique e de repente ele me conta do nada, que vocês estão ficando e que não é de hoje, achei vacilo.

Eu fiquei sem reação, eu não sabia que o César se importava tanto assim comigo, eu não tinha ideia de que ele iria ligar para esse fato.

Nalu: Por que está jogando o piquenique na minha cara? Eu nem te pedi nada César, que isso? Eu não sabia que você queria saber, juro... Até por que não estava acontecendo nada, a gente saiu algumas vezes de incerta, nada programado entende? Eu também não tinha certeza do que estava rolando nessas últimas semanas, eu só tinha certeza de que eu não estava tão sozinha nessa cidade nova...

César: Eu não quis jogar nada na sua cara Nalu, me desculpa... Eu exagerei você é linda e eu errei na mão. Eu não sei oque me deu de falar assim, essas coisas... Poxa vida, tu é mina do meu melhor amigo e você é uma menina e ouro, gosto de está com você e sei lá...

Professor: Então alunos, vamos começar a aula? César silencio, por favor, já estou em sala há muito tempo já.

Nalu: Desculpa por você ser tão legal comigo e eu não ter confiado... Ou ter esquecido de confiar.

César: Desculpa professor – ele pegou um papel, escreveu “amigos Naluzinha?” e me entregou.

Quando eu li, abri um sorriso e dei uma piscadinha para ele. Passamos o resto da aula só falando o básico, pois aquela matéria era a que o César mais precisava prestar atenção. Eu como uma boa amiga, anotei alguns tópicos da aula pra ir organizando para a hora que começasse o grupo de estudos. Assim que tocou o sinal, César pego minha mão e saiu me puxando para fora da sala de aula até a escada do pátio interno.

César: Preciso te contar tudo oque aconteceu... Vem comigo!

Nalu: Oi? Pera ai César, eu quero ir no banheiro maluco! – soltei uma risada, soltei meu pulso das mãos dele e fui ao banheiro.

Oscar: Irmão viu a Luna? – deu um tapa na nuca no César.

César: Ela estava comigo aqui agora, mas foi ao banheiro...

Oscar: A ta, eu queria vê-la.

César: Oscar vem cá... Você é meu brother, você sabe disso não é? Então, qual é a tua com a Nalu?

Oscar: Como assim César, qual é a minha?

César: Porque vocês se conheceram ontem, e você todo apaixonadinho e eu nunca mais te vi assim, não acha que está indo rápido demais não? Até porque você só conhece a Luna algumas semanas, não é?

Oscar: Eu sei César, mas com ela é diferente... Ela não é só uma conquista, eu gostei do jeito dela, nunca mais encontrei ninguém igual a ela, o jeito dela se encaixou ao meu. Acho que temos uma ligação.

César: Está pirando? Que ligação? Oscar, eu não queria falar nada não, mas e a Sara? Você esqueceu da Sara?

Oscar: O que tem mano? A Sara não mora nem aqui, deixa que eu vou resolver essa história... Eu gosto da Nalu, sério.

César: Você está vacilando.

Nalu: Oi meninos... – sorri meio sem graça e meus olhos não saíram do Oscar.

César: Vamos começar o grupo de estudos hoje? – ele ficou olhando para a cara de nós dois.

Oscar: - ele colocou um dos braços envolta do meu pescoço – Então César, ta sabendo do novo casal 20 da escola?

Nalu: Oi? – congelei – Ele disse casal? – pensei –

César: Já po, você me falou ontem lembra? – sorriu de canto de boca.

Oscar: - ele beijou o topo da minha cabeça e me olhou – Lembro, só falei pra ela não esquecer.

Nalu: Para de bobeira Oscar... – dei um belisquinho na barriga dele – Vamos sim César, hoje depois do almoço já é?

Oscar: Eu topo teimosa. – ficou rindo.

César: Já é então. Já vai tocar o sinal mesmo, então eu estou indo pra aula gente. – ele deu as costas e saiu andando em direção a sala de aula.




Assim que o César saiu, o Oscar segurou na minha cintura com as duas mãos e me deu um beijo ali no meio do pátio da escola, eu fiquei super assustada, pois era a escola, território dele, todo mundo ali e mesmo assim ele me beijou... Naquele momento eu deixei o medo de lado e deixei acontecer.

Depois que a aula terminou, eu e o Oscar fomos andando juntos para casa já que morávamos na mesma rua, ele me deixou em casa e foi para sua casa almoçar, eu disse para ele não se atrasar para o estudo e ele prometeu que não se atrasaria. Passou algumas horas e o César chegou até minha casa, minha mãe o recebeu muito bem, como sempre ela era muito hospitaleira com todos os convidados desde a época do meu pai, assim que o Oscar chegou pegamos alguns biscoitos e subimos para o meu quarto. Em meio a tantas brincadeiras e conversas que o César puxava, o Oscar fazia de tudo para prender nossa atenção, eu ri demais aquela tarde, me senti como se eu estivesse em um ambiente familiar, uma sensação boa e acolhedora.


E assim se passaram 4 meses e nesses 4 meses, as emoções, intimidade e a sensações de bem estar só aumentaram. O César conseguiu tirar uma nota boa nas provas e ficou com tudo na média, então nós três resolvemos não parar com o grupo de estudos, já que tínhamos nos acostumado, funcionava assim, quando o Oscar não podia ir para minha casa depois da aula, estudava eu e o César, quando eu não podia comparecer por algum motivo maior que era um caso raro, o César ia até a casa do Oscar e eles estudavam juntos e quando o César não ia para minha casa, eu e o Oscar íamos para praia ficar juntinhos... E foi assim que a nossa amizade virou parceria, era eu, ele e o Oscar para todo canto era os três e o César nunca ficava de “vela”, já que sabíamos nos divertir muito juntos.
Já o Oscar me mandava mensagem de bom dia, todo o santo dia, fazia chuva ou fazia sol, ele sempre mandava bom dia e não importava se a gente ia se encontrar horinhas mais tarde na escola, isso tinha virado rotina para mim e quando ele não mandava eu sentia falta e brigava com ele. Nossa intimidade havia aumentado, ele sabia oque eu ia falar antes mesmo de me deixar dizer, ninguém entendia muito como nossa química era grande e forte, não namorávamos, mas éramos um do outro e isso a gente tinha certeza. Meus amigos Liza, John e Philipe começaram a conversar com o Oscar e o César pelo facebook e até que eles se deram bem, melhor do que eu imaginava... Estava tudo andando bem, minha mãe feliz com o trabalho dela, tinha se adaptado a cidade. Eu ainda não tinha conhecido a família do Oscar, apenas tinha falado com a mãe dele por telefone e isso muito pouco, apenas um “oi, tudo bom?”, mas para mim estava tudo bem... Por mais que algumas pessoas, como Philipe ficavam perguntando se o Oscar e eu não íamos namorar eu não sentíamos falta, nós viviamos como namorados só não havia rótulo entre a gente, não havia cobrança, era um amor saudável, um amor que fazia bem para mim e era meu primeiro amor.

Até que teve um dia em que não podíamos estudar na minha casa, pois minha mãe resolveu criar o “dia da limpeza”, como era a folga dela achei justo. Então informei aos meninos que minha casa estava impossibilitada para visitações, então, resolvemos ir até a casa do Oscar ele disse que a mãe dele estava de viajem a trabalho, então poderíamos ir estudar lá. Saímos da escola e fomos direto para casa do Oscar, acho que estávamos mais empolgados pelo fato de estarmos sozinhos do que propriamente para estudar e ainda íamos pedir comida por telefone, ia ser uma festa só.
Chegamos à casa do Oscar e era a coisa mais linda que eu já tinha visto, os pais dele tinham dinheiro e com a separação a mãe dele além de trabalha também recebia uma pensão do marido, então ela tinha uma casa enorme para ela e o Oscar morarem sozinhos, eu achava que a minha casa era grande por ter 3 quartos e 2 andares, mas a do Oscar tinham 3 andares e ainda uma piscina muito grande, agora estou entendo o porque que o César amava estudar aqui ai, ai. Pedimos a comida, ela chegou estávamos comendo e estudando na sala, quando os meninos resolveram pegar uma piscina e eu como não tinha levado biquíni fiquei por lá mesmo vendo um filme, resolvi da uma volta pela casa e o Oscar não viu problema nenhum, afinal eu estava encantada com toda aquela grandeza. Quando eu estava andando pela casa, vi umas 5 fotos do Oscar abraçado com uma menina, na estante de fotos da mãe dele, eu não sabia que menina era aquela, não parecia com nenhuma amiga do Oscar da escola... Não fiquei intrigada, mas como já tínhamos certa intimidade achei que não haveria problema nenhum em perguntar. Fui até a piscina...

Nalu: OSCAR, VEM CÁ! – gritei.

César rapidamente olhou para cara o Oscar e ele veio correndo.

Oscar: Que foi Luna, decidiu cair na piscina com a gente é? Sabia... Eu te empresto um blusão amor, só não fica de calcinha e sutiã, por causa do César... – nessa hora o César riu.

Nalu: Deixa eu falar... Não é nada disso! Eu estava olhando umas fotos na estante da sua mãe, e achei um monte de fotos sua com uma menina, quem é? – olhei para ele, com medo da resposta.

Oscar: - ele respondeu muito tranquilo - Que menina Luna?

Nalu: Vai lá à sua estante ver, que menina... Você mora aqui, é você nas fotos e você não sabe que menina que é e como eu vou saber?

Oscar: Deixa eu te explicar... Ta com ciúmes? – colocou a mão na minha nuca e enfio os dedos dentro do meu cabelo.

Nalu: - me arrepiei toda – Ciúmes nenhum, eu só quero que você responda.

Oscar: O nome dela é Sara. Ela é uma ex-namorada minha... Só que a minha mãe gosta muito dela e não tira essas fotos, mas eu vou pedir para ela tirar ta bom minha Luna?

Nalu: - tirei a mão dele da minha nuca, olhei fundo nos olhos dele – Você me jura que é ex-namorada?

Oscar: CÉSAR!!! – gritou.

César: EU NÃO VOU ME METER!!! – gritou.

Oscar: POR FAVOR IRMÃO, CAI AQUI!!!! – berrou e o César saiu da piscina e veio até nós.

César: Fala Oscar...

Oscar: A Sara, não é um ex minha?

César: Como a Naluzinha sabe da Sara?

Nalu: Tem mil fotos espalhadas pela casa César... Você acredita? Tô querendo saber mais dessa Sara.

Oscar: E eu já falei que é uma ex, o problema é que minha mãe é maluca, eu já falei de você para ela e ela continua.

César: É isso ai Nalu... – ele olhou sério para a cara do Oscar e voltou a olhar para mim.

Nalu: Ah, promete então falar para ela tirar as fotos? Por favor... – fechei a cara.

Oscar:- me abraçou forte – Ai, mas que coisa linda César... Essa cara de boladinha, eu prometo Luna.

Nalu: SAI, VOCÊ ESTÁ ME MOLHANDO TODA OSCAR QUE AGONIA!! – gritei.

César: Galerinha, eu vou para casa... Amanhã a gente se vê, vocês começaram de love e eu tô cansado.

Oscar: Po irmão, dorme ai... Minha mãe só vai voltar sábado mesmo.

César: Não tô afim não Oscar, mais tarde eu te ligo... Ou amanhã a gente de fala na escola, amanhã eu durmo aqui já é?

Nalu: César fica com a gente poxa, ainda tá cedo.

César: Tchau, amanhã a gente já vai se vê, tchau até amanhã!!!!! – ele pegou a mochila e as suas coisas e saiu.


Lá no fundo eu não gostei de saber dessa história de ex-namorada com fotos espalhadas pela casa, não gostei de saber que a mãe do Oscar torce ainda pelos dois depois de tanto tempo... E gostei ainda menos da reação do César, não entendi porque ele mudou do nada e quis ir embora, entretanto como eu sou mulher às vezes eu posso está vendo coisas aonde não tem nada. O Oscar disse que ia conversar com a mãe dele, então ele vai, porque eu confio muito nele, eu estou vivendo um momento tão magico que não quero que acabe...
Eu e o Oscar ficamos ali um tempo um olhando para o outro, até que ele me pegou no colo e pulou comigo na piscina, já é de se imaginar o quanto eu gritei e ri ao mesmo tempo, mas até que gostei o dia estava muito quente e eu louca para entrar na piscina desde que a vi pela primeira vez, o problema não era ficar de calcinha e sutiã na frente do Oscar, mas eu não podia fazer isso era na frente do César, por isso que meio que gostei quando ele foi embora. Quando estávamos dentro da piscina o Oscar me levou para o canto dela, e ficou na minha frente me prendendo na quina da piscina, então ele tirou minha blusa devagar sem desviar o olhar do meu, eu fiquei meio sem reação e curiosa para ver aonde ele ia chegar. Ele desabotoou minha saia e a desceu pelas minhas pernas, e enquanto descia a minha saia ele arranhava com delicadeza as minhas coxas me fazendo assim arrepiar toda... Em seguida começou a beijar meu pescoço, mordendo o mesmo entre intervalos, eu fiquei com medo de não responder mais sobre mim então apertei forte o ombro dele e pedi sussurrando para ele parar, ele ignorou completamente o meu pedido e continuou arrastando os lábios pelo meu pescoço, eu fechei os olhos e me deixei levar... Eu nunca tinha estado assim com nenhum outro menino antes, eu era virgem, eu tinha que contar que eu era virgem, eu estava com medo, mas ao mesmo tempo me sentia tão segura, era como se não existisse, mas ninguém apenas eu e ele e aquela piscina. Em meio aos braços do Oscar eu sentia que estava tudo bem e que eu podia tudo, confiava nele de olhos fechado porque ele conseguiu conquistar essa confiança em mim, ele conseguiu me fazendo sentir estabilidade e vontade de não ir embora mais daquela cidade em que eu tanto temia no início... Era meu primeiro amor, e eu naquela hora tive a plena certeza que eu o amava, eu não queria amar, mas o amava, um amor que nunca tive e nunca sentir, não era igual o amor que eu tinha pela Liza, John, Philipe ou César, não era um amor parecido com oque eu tinha pela minha mãe e também não chegava nem perto do amor que eu tinha pelo meu pai... Era algo novo, algo que eu sentia que tinha sido feito para mim e como foi que eu demorei muito tempo para encontrar esse amor só meu?

Ele então se afastou de mim e saiu da piscina, esticou a mão para mim e me ajudou a sair também, eu não entendia oque ele ia fazer, então ele colocou a mão no meu rosto, encostou a testa na minha e falou baixinho:

“Você tem oque eu nunca consegui achar em uma menina, o jeito como eu fico quando estou perto de você é surreal, o poder que você me faz sentir e a convicção deque eu posso fazer algo por mim mesmo são grandes e importantes para mim, você é importante para mim... Antes eu corria todos os dias no final de tarde pelas ruas na esperança de fugir um pouco do mundo que meus pais me obrigavam a viver, mas eram todos os dias sempre iguais, sem graça... E em uma tarde do final de fevereiro que para mim ia ser só mais uma, eu esbarrei em uma menina muito nervosinha, eu pensei que não fosse mais te ver, mas eu queria te ver mais uma vez, eu em algum momento senti que você ia mudar minha vida e é isso que você está fazendo... Eu quero você pra mim.”

E enquanto ele dizia essas palavras, eu fechei os olhos e tive a plena certeza que Deus tinha nos feito um para o outro. Ele me pegou no colo e me levou até o seu quarto, me colocou com todo cuidado na cama e começamos a nos beijar, eu tentei dizer que eu era virgem, mas não lembrei, eu só relaxei e aconteceu, em uma tarde de sol, em uma cidade que alguns meses atrás era meu pesadelo e agora eu sabia que era ali onde eu tinha que ficar... Depois que terminamos, ele viu a cama um pouquinha suja de sangue e sorriu para mim, eu fiquei super sem graça e pedi desculpas por não ter falado nada, ele deitou do meu lado e beijou a minha testa, eu encostei a minha cabeça no seu peito e fechei meus olhos, ele perguntou se eu queria comer alguma coisa, e eu disse que só queria ficar ali.

Acabamos dormindo e horas depois, acordamos ainda não era muito tarde, tomamos um banho juntos e brincamos embaixo do chuveiro feito crianças, depois fomos até a cozinha e comemos um sanduiche de frango feito por ele, ficamos mais alguns minutos conversando e vendo televisão, até que eu fui embora. Quando cheguei em casa, com um sorriso de ponta a ponta minha mãe perguntou o porque eu esta com a roupa molhada, eu disse que tínhamos tomado banho de piscina na casa do Oscar de roupa e tudo, ela então abriu um sorriso e perguntou se estávamos namorando eu respondi imediatamente que não era um namoro porque ele não tinha me pedido em namoro, mas que era um romance e eu achava que em pouco tempo o pedido iria chegar, pois ele parecia gostar muito de mim e sempre querer deixei escapar que eu também gostava muito dele, pra que? Ela me abraçou muito forte e começou a me apertar, dizendo que sabia que isso um dia ia acontecer e que estava extremamente feliz, que amava me ver sorrindo e que a minha felicidade movia a dela... Minha mãe era muito dramática, mal ela sabe que todo o sofrimento que passei vindo para cá, foi pra ver a felicidade ela. Deitei no colo dela, e ficamos vendo televisão juntas, até que eu cansei e fui para o quarto peguei o telefone escondida e liguei para Liza, em meio a gritos consegui contar tudo oque aconteceu com detalhes, Liza primeiramente não acreditou, achou que eu estava mentindo ou inventando, mas ai ela reconheceu e eu sou a Nalu, eu não invento e surtou no telefone:

Luna: Amiga, para de gritar se não eu vou desligar... – risos.

Liza: Amiga, você teve a sua primeira vez, em uma mansão, com um super gato, você tem noção?

Nalu: Liza, pra mim não foi esse o ponto importante... O importante foi ter acontecido com o Oscar, algo eu achei que nunca aconteceria com ninguém só no dia do meu casamento, eu me deixei levar e aconteceu com ele.

Liza: Amiga, você gosta dele de verdade não é?

Nalu: Gosto... Eu acho que eu o amo amiga.

Liza: Caraca, quem diria Nalu apaixonada... Você contou para sua mãe?

Nalu: Não quero contar nada agora, tenho medo dela começar a proibir de ir pra casa dele com César, achando que é pra fazer besteira, essas coisas de mãe.

Liza: Entendo amiga, vou te apoiar em que for preciso, conta comigo mesmo de longe ta?

A euforia de Liza foi tão grande que me esqueci de falar sobre as fotos espalhadas pela casa do Oscar, mas nessa altura do campeonato isso não é mais importante, porque estamos mais unidos do que nunca e ele disse que ia resolver esse problema, então é uma coisinha banal. Deligamos o telefone para irmos dormir, depois de horas papeando minha mãe vai me matar no final do mês. Acordei como sempre com uma mensagem do Oscar, todo dia era uma mensagem diferente e criativa, eu já acordava com sorriso no rosto e rindo das bobeiras dele, me arrumei para ir à escola, tomei meu café e sai. Quando cheguei à escola, dei de cara com o César e o Oscar conversando sentados na escada da porta de entrada, não estavam com uma cara muito boa, mas quando me viram abriram um sorriso, pelo menos o Oscar abriu...

Nalu: Oi, oi gente – sentei entre eles e um de cada lado beijou minha bochecha ao mesmo tempo – Ai como eu sou muito amada...

César: Por mim? Demais mesmo.

Oscar: Gente o último mês né de aulas, está chegando às férias de Julho, o que vocês irão fazer?

Nalu: Gente, eu tenho uma mega surpresa para vocês!!!! SABE QUEM VAI VIR PARA CÁ NAS FÉRIAS? – gritei.

César: Beyoncé, para essa empolgação toda só pode ser ela. – falou debochando.

Engraçado que o César amigo, era muito diferente do César que queria me pegar no início.

Oscar: - rindo – Não, fala Luna...

Nalu: Quem dera se fosse eu já teria um treco... Enfim, me deixa falar! LIZA.

César: A Liza é muito gatinha, pelo menos pelas fotos do Face ela é, vai ter que por pra rolo... Já sabe né Nalu?

Oscar: E os meninos? Vão vir também Luna? – colocou um braço envolta do meu pescoço.

Nalu: César relaxa, por favor... E não, os meninos não vão poder vir não porque eles jogam futebol lá na nossa cidade, ai vai ter campeonato, e eles vão precisar viajar com o time, ai vai ser mais difícil, MAS A LIZA VEM GENTE, VOCÊS TEM NOÇÃO?!

Oscar: Estou louco para conhecer ela Luna, você fala tão bem dessa menina e se é sua amiga, vai ser minha também... – encostou a testa na minha e me beijou.

César: Gente, eu to vazando... Muito mel para mim, minha diabete não aguenta. – ele se levantou e entrou pela escola.

Ficamos rindo do César entre o beijo, nos levantamos e entramos também. O dia na escola passou rápido, não teve muita coisa de interessante não, apenas César falando sem parar na sala de aula, as aulas chatas de sempre e a minha louca vontade de ir para casa com meu amor.


César: Vamos fazer o que hoje? Hoje vou passar o dia grudado com vocês, vou dormir no Oscar.

Nalu: Ai socorro... Sacanagem, eu amo sua companhia. – risos – Posso te perguntar uma coisa?

César: Fala coisa maravilhosa... Não tenho dinheiro, vou logo avisando.

Nalu: Ai César, você me dá preguiça... Não é isso não maluco, é outra coisa... Por que você saiu bolado ontem da casa do Oscar?

César: Ah é isso? Nada Nalu, deixa morrer esse assunto. – virou para a frente e voltou a copiar a lição.

Nalu: Como assim nada? Você do nada saiu, e saiu depois que falamos da tal “Sara”... O que tem essa menina que te deixa de cara fechada?

César: Não tem nada essa menina. Eu quero é saber da Liza isso sim, que você esta me enrolando.

Nalu: César, essa Sara tem Facebook ou Instagram?

César: - ele arregalou os olhos – Não sei... Não sei.

Nalu: Caraca, César para de se entregar... Já sei que tem, você tem o face dela? Ou sabe o sobre nome dela? Eu quero ver.

César: Eu não tenho Naluzinha, juro para você... Ela deve ter facebook sim, mas eu não a tenho no meu.

Nalu: Ta bom então, deixa pra lá.

Quando terminou a aula, a gente combinou de até a casa do Oscar, passar o dia todo lá, piscina, filme essas coisas. Eu primeiro quis passar em casa para pegar meu biquíni que dessa vez eu queria entrar na agua direito, então os meninos foram andando para casa do Oscar e eu passei em casa e peguei minhas coisas, avisei para minha mãe que íamos para casa do Oscar de novo e ela não viu nenhum problema nisso já que o César estava sempre junto da gente. Quando cheguei a casa do Oscar, estavam cochichando e eu pude ouvir meio de longe que era sobre oque eu tinha falado com o César na sala de aula, sobre o Facebook da Sara e resolvi não me intrometer, não vi nada demais em dois melhores amigos fofocando né, era normal. Fui trocar meu biquíni no banheiro e fui para a piscina, quando eu cheguei deitei na cadeira e fiquei descansando de olhos fechados por alguns minutinhos, quando resolvi abrir os olhos estavam os dois me olhando e eu já sabia que vinha bomba.

César e Oscar: Ou você vem para a piscina, ou a gente vai até ai te buscar... Escolhe. – os dois soltaram uma risada de filme de terror.

Achei melhor não arriscar, tinha muito desse negocio de jogar pessoas na piscina, eu sempre pensava que a pessoa poderia bater com a cabeça na beira da piscina e acabar morrendo, sei que é muito dramático esse meu pensamento, mas não irei arriscar. Pulei na piscina e ficamos ali os três brincando de jogar água um no outro, uma bobeira só. Depois saímos e fomos para a sala, nos secamos, pedimos pizza e ficamos assistindo filme, lembro que assistimos uns 4 ou 5 filmes e enchendo a cara de chocolate, brigadeiro, sorvete. Quando se juntava eu e César a gente comia muito, coitado do Oscar, sempre saia no prejuízo era oque comia menos... Terminamos de ver filme um pouco mais tarde e os meninos me levaram até minha porta e depois voltaram para a casa do Oscar.

Quando cheguei em casa coloquei a cabeça no travesseiro e eu não conseguia dormir, não conseguia, eu precisava ver quem era essa Sara, não era insegurança e nem ciúmes, era curiosidade. Liguei o notebook, procurei no face do Oscar e não achei nada relacionado a Sara, então fui até o Facebook do César, pesquisei todas as Sara ele tinha como amigo sorte a minha que era apenas 4 Sara’s, uma delas tinha que ser a ex do Oscar, tinha que ser... Achei, o nome dela era Sara Elise, o cabelo preto e liso até a cintura, parecia a branca de neve de tão branquinha que era, tinha aparelho dentário e franjinha, uns peitos enormes que pareciam que iam saltar da tela, foi mais difícil do que eu imaginava, porque nas fotos da casa do Oscar, ela esta de cabelo curtinho e sem a franja e sem o aparelho dentário. Quando eu fui até o álbum dela, eu encontrei 3 fotos dela e do Oscar juntos, eu confesso que quando o vi com uma menina com uns peitos maiores que a minha cabeça eu fiquei meio assim, mas não me abalou em nada... Ele disse que ela era ex-namorada, no facebook dele não tem nem uma foto deles dois e álbum deles, então ela deve ser uma daquelas ex-desesperada que não aceita o fim, foi isso que eu pensei. Eu tentei achar o instagram dela e consegui, o nome era bem cafona e ela estava fazendo faculdade de Biologia... Eu fui olhando algumas fotos, olhando e achei quando eu achei uma, achei mais uma, e mais uma, e mais uma era muita foto dela com o Oscar e aquilo me incomodou com muita força, mas eu não queria tirar conclusões precipitadas, eu não queria e eu não iria... Aquelas fotos não estavam me fazendo muito bem, então eu desliguei o notebook e fui dormir, não foi fácil dormir naquela noite, com mil coisas se passando pela minha cabeça, eu não conseguia então eu peguei o telefone e liguei para Liza, precisava conversar com uma amiga. Contei toda a situação pra ela, desde o início e ela ouviu tudo com muita calma, até porque também peguei a bichinha no meio do soninho dela... Ela me disse que podia ser suas coisas, ela podia ser uma ex-maluca que não consegue superar o término e fica entrando com contato com a mãe dele, fica postando fotos deles de antigamente nas redes sociais mesmo sem nem ter ele no Facebook só para chamar a atenção e que se ela soubesse de mim ela poderia infernizar a nossa vida juntos, ou então o Oscar estava escondendo alguma coisa de mim, e bloqueou coisas no facebook dele para que eu não possa ver e o César poderia saber de tudo, mas como é meu amigo e melhor amigo dele, não sabe oque fazer.

Pronto eu fiquei desesperada, eu não queria ser enganada, eu tinha me entregado para ele na noite anterior e agora eu estava me sentindo uma idiota, porque uma menina que é de não sei onde fica no pé do meu Oscar, comecei a me sentir como nunca sentir, insegura, com medo, medo de perder, medo de me magoar, medo de me sentir perdida de novo, e oque não saia da minha cabeça era que o Oscar não era assim, o Oscar é diferente, ele é sim, ele não é igual todos os meninos que já passaram na vida da Liza, e que a manhã a gente ia sentar e conversar.

Assim que acordei, levantei 30 min antes me sentindo mal, cansada da noite mal dormida, fiz as minhas coisas tudo muito devagar e o Oscar mandou mensagem, eu respondi dizendo que precisava falar com ele, ele na mesma hora me ligou e eu disse que não queria falar por telefone que era para ele passar na minha casa para gente ir juntos para a escola e ele logo se animou, afinal não tinha nada de errado. Quando ele chegou na minha casa eu já estava na porta esperando por ele, meu corpo todo queimava por dentro, com medo de ouvir oque eu não queria ouvir e enquanto caminhávamos para a escola eu perguntei:

Nalu: Oscar, eu vi o facebook da Sara... – falei baixinho.

Oscar: O que você viu lá que ta assim?

Nalu: Foto de vocês... E no Instagram também tinha foto de vocês, me conta quem é essa menina?

Oscar: Não tem nada demais Luna, ela que fica postando foto da gente no instagram, mesmo depois de tudo ter acabado. Eu já te disse que ela é minha ex-namorada, oque você mais quer saber.

Nalu: Por que na foto que ela está com você na sua casa ela está de cabelo curto e nas fotos com você no Instagram, ela esta de cabelo longo com franja? São atuais?

Oscar: Vem cá... – ele pegou minha mão, e sentou comigo embaixo de uma arvore perto da escola – Vou te contar tudo oque está acontecendo, promete confiar em mim?

Eu olhei no fundo dos olhos dele e prometi para ele e para mim que eu ia confiar nele, ele não ia mentir para mim mesmo, eu sabia que ia falar a verdade... Eu sentia.

Oscar: Eu morava com os meus pais na serra e estudava em uma escola no ginásio local e nos conhecemos nessa escola, eu era da 6º série e ela era da 7º série. Bom a gente sempre brigou muito, e nossos pais sempre foram amigos, a gente meio que crescer junto praticamente, mas só começamos a nos falar quando ela mudou para a minha escola, mesmo a gente sendo de séries diferentes, a gente ficava junto na hora do recreio que a minha mãe sempre me obrigava a não deixar ela sozinha e tal, então resumindo, começamos a namorar quando eu fui para 7º e ela para a 8º já éramos muito amigos, então foi fácil e para nossa família foi a melhor notícia... Vivíamos juntos, até que meus pais tiveram que se separar e eu escolhi ficar com minha mãe pois ela estava muito deprimida, meu pai ficou com a casa da serra e minha mãe veio para cá e compramos essa casa, foi difícil para gente mas a gente jurou que não ia terminar, então eu vim no 1º do ensino médio para essa escola nova, foi onde eu e o César viramos melhores amigos, a gente já se conhecia pelo facebook então foi mais fácil. As coisas começaram a não dá muito certo, porque ela era muito ciumenta e a saudade matava e então terminamos, no inicio do ano passado. Só que ela descobriu que tinha câncer, a família toda se sensibilizou e eu fui passar o final do semestre passado lá na casa do meu pai, para dá apoio a ela, pois a amizade continuou... E ficávamos de vez em quando eu não ficava com ela por pena, mas eu não aguentava ver ela sofrendo, se sentindo feia, então jurei para ela que íamos passar por aquilo juntos, e voltamos a namorar e eu voltei a estudar lá e morar com meu pai, ficava em um zigzag, finais de semana aqui e dias de semana lá. Só que eu vi que não era bem aquilo que eu queria para minha vida, eu queria ficar aqui com a minha mãe, meus amigos daqui, a vida nova que eu tinha construído aqui, lá na serra era muita pressão para mim e eu não estava mais aguentando... Então eu resolvi terminar, só que eu não consegui terminar, quando eu a via daquele jeito me doía o coração e eu lembrava tudo que já passamos desde pequenos, e ficava com medo dela querer parar a quimioterapia, essas coisas, então eu pedi um tempo, e disse que viria para cá morar aqui de vez... E voltei nas férias, ela não aguentou e ficava ligando e sempre as mesmas coisas de namorada, ela não queria aceitar e não queria que ela sofresse mais, então fui deixando e perdi o controle da situação... Até que conheci você e me apaixonei de novo. Só que eu tenho medo da minha família cair em cima de mim, por causa da Sara.

Nalu: Nossa, eu não sei oque dizer... Mas ela ainda está doente?

Oscar: Não ela venceu o câncer, mas eu não sei como terminar com ela, me dá apenas mais alguns dias Luna? Por favor, eu não quero te perder...

Nalu: - eu o abracei muito forte – Eu te prometo que não vou deixar nada separar a gente... E eu confio em você, é doloroso para mim saber que ela tem esse espaço tão grande em meio a sua família, mas a gente luta junto.

Oscar: Vai dá tudo certo, é só você e eu agora...

Assim que olhei para o relógio já tínhamos perdido as duas primeiras aulas, então saímos correndo para o colégio na esperança de conseguir entrar no terceiro tempo. Quando chegamos, os portões já estavam fechados, tínhamos perdido o dia já... Então resolvemos ir para a casa do Oscar ficar juntos, já estávamos no clima romântico mesmo...
Chegamos na casa do Oscar e estava tudo uma bagunça, parecia que ele e o César tinham destruído a casa sozinhos, meu Deus, dei uma organizada de leve para não muito trabalho para a empregada dele coitada e fomos para o quarto. Passamos a manhã ali deitados, depois levantamos almoçamos e eu fui para casa por volta de 14h da tarde. Cheguei em casa e pra variar minha mãe não estava, arrumei algumas coisas no meu quarto, estudei um pouco e fui deitar um pouco, eu não parava de pensar em tudo que havia acontecido, na história que o Oscar tinha me contando, eu rebobinava tudo na minha cabeça, cada virgula, frase, ou ponto, eu e essa mania de lembrar de tudo feito um gravador.

Quando liguei o computador, o Philipe estava online e eu senti que eu tinha que contar para ele oque estava acontecendo, afinal ele é meu melhor amigo e todo esse mundo e ainda é homem.  
Contei para o Philipe a história toda, desde a perda da virgindade até as fotos, e a história que o Oscar me contou, de primeira o Philipe achou muito estranho, mas razoável com a opinião dele e disse que o que mais desejava era poder vir nas férias ficar comigo e levar um conversa com o Oscar, mas me disse que era pra eu ficar esperta e se ele disse que ia terminar que eu esperasse... Como eu já ia fazer isso mesmo eu decidi esperar.

Passaram-se mais alguns dias, e essa agonia dentro de mim diminuiu, não sei ao certo se foi porque eu estava empolgada com a visita da Liza ou porque tudo estava indo bem, eu ainda não conhecia a mãe do Oscar, mas ele me dizia que a hora certa estava chegando e que ele já estava falando de mim para a mãe dele. O César não comentou nada sobre esse assunto da Sara comigo e eu também preferi não tocar nesse assunto já que era um assunto delicado entre eu e o Oscar, e o César é amigo de nós dois eu poderia sem querer coloca-lo em uma situação desagradável. Foi melhor assim mesmo, minha intimidade e confiança e carinho e amor pelo Oscar só aumentavam a cada dia, ele sempre dizia que quando me pedisse em namoro faria algo diferente, algo para ser lembrado e tal, que ele gostava dessas coisas de marcar a vida da menina... Coisas pequenas assim, me faziam flutuar, a essa altura eu já nem me reconhecia mais sem o Oscar, o quanto eu ficado dependente dele era notável, era bonito de se ver o carinho com que a gente tratava um ao outro, era saudável até para quem estava de longe da relação, era tudo que eu pedi a Deus, só faltava mesmo ele resolver a situação com a Sara e a nossa vida ia para frente, eu estava louca para conhecer logo a minha sogra e ir para casa dele sem ser escondida... Ele me dizia que todos já sabiam de nós dois, e que ele tinha mostrado minha foto no Facebook o pai dele tinha falado que eu era linda e aquilo só me animava mais.

Quando chegou o início do Julho na minha casa já estava tudo pronto para receber a minha amiga, eu e minha mãe fomos buscar ela no aeroporto já que a Liza não suportava viajar de ônibus.

Mônica: Ai esse trânsito de cidade grande é a única coisa que não me desce a garganta... – disse enquanto dirigia.

Nalu: Calma mãe, já estamos quase chegando lá...

Mônica: Você está animada para ver a Liza? Vou cobrar a ela toda a conta alta do meu telefone ta? – falou estacionando o carro.

Nalu: Você não é nem maluca... Claro que estou, 6 meses sem ver a minha irmã de mãe diferente, muita falta dela que eu sinto.

Mônica: Eu vou ficar aqui no carro, vai lá buscar ela que eu espero aqui.

Eu concordei com a cabeça, abri a porta e sai correndo do carro... O Aeroporto estava lotado, eu estava olhando para tudo quanto era lado e não achava a Liza, meu coração estava acelerado, minhas mãos soando, cadê a Liza? Assim que eu olhei para trás, quem estava vindo do banheiro? Sim a minha alma gêmea, minha amiga, irmã. Ela soltou as malas no chão e veio correndo para me abraçar, como eu chorei de felicidade, um pedacinho perdido de mim tinha voltado para o lugar certo.

Nalu: AMIGA, EU TO MORRENDO DE SAUDADES! – eu gritei.

Liza: MAIS QUE EU? EU NÃO ACREDITO QUE ESTEJA NÃO... – ela berrou.

Nalu: Amiga, você é maluca vamos pegar as suas coisas vamos. Conta-me tudo, como você ta? Como vai sua mãe? Como anda os meninos?

Liza: Ai amiga, estão todos morrendo de saudades de você, os meninos mais ainda, eles queriam muito vir comigo, ia ser demais não iria? Nós 4 juntos de novo, essa cidade iria ficar pequena meu amor.

Liza era muito exagerada, escandalosa, toda pra cima e isso era oque as vezes faltava em mim, por isso a gente se encaixava tão bem. Pegamos as malas dela e levamos até o carro da minha mãe. Liza não parou de falar o caminho inteiro, e era tudo oque minha mãe queria, elas quando se juntavam meu Deus... Quando chegamos em casa a Liza amou tudo, disse que era tudo grande e lindo e correu para o meu quarto e começou gritar, “AMIGA, QUE GRANDE!!!!”, não, não era grande e sim, a Liza era muito exagerada... Deitamos na cama e ficamos papeando olhando para o teto. Falei do César para Liza e ela disse que já estava querendo mesmo, que ele era um loiro lindo e era a oportunidade dela ter filhos loiros dos olhos claros... Ai, ai meu Deus! Liza desceu e começou a mexer na geladeira, disse que estava com fome e como minha mãe disse que ela já era de casa, não precisou de cerimonias, pegou tudo que tinha direito e comeu, comeu, só ela para comer mais do que no mundo.

Nalu: Amiga, os meninos estão loucos para te conhecer. Eu só falo de você a 6 meses, vocês conversam pelo Facebook também, ou só conversaram naquela vez que eu juntei todo mundo para se conhecer?

Liza: Sabe de nada inocente! Eu e o César, conversamos já faz 1 mês, desde quando você falou que eu viria para cá amiga.

Nalu: Como assim? Ele nem me falou nada amiga... Você não perde tempo mesmo. – comecei a rir.

Liza: Amiga, eu ainda não sei por que você não pegou ele lá no inicio quando ele quis ficar com você.

Nalu: Liza, até parece que você não me conhece... 

Liza: Aé, esqueci que você estava apaixonada pelo o Oscar... – começou a me fazer cosquinha.

Nalu: PAAAAAAAARA AMIGA! – gritei em meio a risadas – E não era nada disso, era porque eu não queria envolvimentos com ninguém, eu tinha acabado de chegar.

Liza: Ai, ai então deixa que eu pego e depois te conto!!!!! – voltou a me fazer mil cosquinhas e rir ao mesmo tempo.

Nossas férias iam ser perfeitas, aliás, elas tinham tudo para ser... Mandei uma mensagem para o Oscar avisando que só iriam nos ver no dia seguinte, pois a Liza tinha acabado de chegar e queríamos ficar um pouco juntas, só nós duas sem mais ninguém, ele na hora entendeu e achou muito legal essa minha atitude de colocar os amigos em primeiro lugar as vezes.

Eu e Liza fizemos muitas coisas esse dia, além de nos empanturrar de comida, vimos filmes e comemos muito brigadeiro. Fomos dormir altas horas da noite, mas conseguimos acordar cedo, acho que foi culpa da adrenalina de ter mil coisas para se vê e conhecer naquele dia. Já tínhamos combinado com os meninos que eles passariam na minha casa para nos pegar de amanhã para irmos à praia com eles, então nos arrumamos, eu apenas dei um nó no meu cabelo, coloquei um short, uma camiseta e chinelo... Já a Liza, fez uma super trança no cabelo, colocou um biquíni de franja rosa, com uma sainha branca de prega e foi com a parte de cima do biquíni amostra. Uau que coragem, sair assim sem nem conhecer os meninos antes eu nunca que conseguiria, eu adorava a ousadia da Liza, achava simplesmente ela o máximo. Descemos correndo iguais duas loucas, apostando corrida até a cozinha, ao ponto de sair rolando pela escada, mas a gente nem ligava...

Mônica: MENINAS, VOCÊS SÃO CAIR DESSE JEITO! – gritou.

Quando chegamos à cozinha, rindo feito duas bobas e tomamos um super café da manhã porque não tínhamos dinheiro para gastar na praia, a não ser com um picolé, mas como ainda tinha o cinema e muita coisa para gente fazer nas férias a gente resolveu poupar. Estávamos sentadas na cozinha conversando quando o celular tocou, era o Oscar pedindo a gente para sair pois ele e o César já estavam lá na porta, pegamos nossas bolsas e saímos, eu com aquele frio na barriga tenso com medo de alguma coisa dá errada mesmo com a certeza de que nada iria dar errado, os meninos estavam fora do carro esperando a gente encostados nele com um sorriso maior do que a boca;
“Ele é mais bonito do que eu imaginava” cochichou a Liza sobre o César.

Nalu: Oi meninos. Então essa aqui é a famosa Liza... – sorri me aproximando deles e dando um beijo na bochecha de cada um.

Liza: Eu famosa? Uau, que legal então. – riu e foi logo a depois de mim cumprimentando os meninos com beijos nas bochechas.

César: Famosa sim, porque a Nalu nesse ultimo mês não fez outra coisa a não ser tocar no seu nome princesa. – colocou a mão na cintura da Liza e retribuiu o beijo na bochecha.

 Nessa hora eu e o Oscar nos olhamos e abrimos aquele sorriso malicioso.

Oscar: Então né, oi Liza muito prazer conhecer você. – ele a abraçou e logo depois se encaminhou para entrar no carro.

O César abriu a porta de trás do carro para a Liza entrar e ela quase não adorou né, ele sentou no bando de trás com ela e eu sentei no da frente com o Oscar. Imediatamente Liza já parecia está entre amigos, sempre admirei isso nela, essa capacidade de se soltar com pessoas que ela tivera acabado de conhecer sem se incomodar nenhum um pouco com isso, os meninos morriam de rir com as histórias da Liza a caminho da praia, acharam ela muito divertida pelo menos era oque parecia ser.
Quando chegamos na praia e arrumamos as cangas na areia, César chamou Liza para tomarem um banho de mar e ela imediatamente aceitou, eu e o Oscar sentamos na canga e ficamos um tempinho conversando e só depois entramos no mar. Nos divertimos muito naquela manhã, os meninos tinham levado uma bola de vôlei, jogamos muito era o meu esporte preferido, eu jogava na educação física da minha antiga escola, eu amava. Os meninos compraram alguns picolés para gente e tudo corria bem, quando sentamos na canga de novo e olhamos para o lado o César e a Liza estavam se beijando e um dizendo para o outro o quanto eram lindos... O Oscar nessa hora deitou a cabeça no meu colo e minhas mãos automaticamente foram ao encontro do seu cabelo, comecei a fazer carinho nele e ele fechou os olhos, acho que chegou até a cochilar no meu colo de tão tranquila e agradável que estava àquela manhã.

Quando deu certa hora, eu dei a ideia de voltarmos para a casa para almoçarmos, pois eu estava morrendo de fome, então o Oscar teve a ideia de irmos almoçar no quiosque que tinha perto da praia, Liza automaticamente disse sim, aquela menina não perdia tempo, aceitava tudo desde que não fosse ela que fosse pagar, e o César também ficou animado e para eu não ser estraga prazer também aceitei. Sentamos no quiosque e o Oscar pediu “camarão a moranga” com arroz e todos nós caímos dentro, estávamos com muita fome e aquilo era notável.

Oscar: Então e ai Liza, está gostando da cidade?

Liza: Estou cunhado, cidade grande é outro nível não é? – os dois riram.

Nalu: Que bom que está amiga, eu sabia que você ia amar vir para cá. Só faltaram os meninos.

César: E de mim? Está gostando Liza... – ele olhou para a Liza e deu uma piscadinha.

O César não perdia a chance de ser “engraçadinho” e sorte que a Liza era da mesma laia que ele, então eles estavam se entendendo.

Liza: Olha até que eu estou gostando bastante de você César... – retribuiu a piscadinha.

O dia passou e voltamos para a casa no meado da tarde, umas 16 horas mais ou menos, os meninos nos deixaram em casa e combinamos de irmos ao cinema de noite, então era tempo de chegar em casa descansar um pouco e ir se arrumar para o cineminha. Quando chegamos em casa, minha mãe foi nos pergunta como tinha ido a praia e a Liza não perdeu tempo em conta que já tinha ficado com o César e ele era lindo, um amor e ela estava encantada... Minha mãe achou muito engraçado o jeito como Liza de empolgava com as coisas, e deu uma super força.

Fomos para o quarto e ligamos o notebook para conversarmos com os meninos pelo Skype;
OOOOOOOOOOI GENTE – gritamos eu e Liza pela webcam, acenando para os meninos, conversamos um pouco sobre oque a Liza estava achando de tudo, lamentamos um pouco o fato dos meninos não estarem entre nós e logo em seguida o assunto Oscar surgiu, não porque era tão polêmico o fato deu está quase namorando com ele... O Philipe perguntou a Liza o que ela tinha achado dele e tudo mais, de como ele me tratava, e ela respondeu que com muito carinho, que parecia que ele gostava realmente de mim, só não entendia o fato dele ter namorada e ainda não ter terminado com a menina. Ela falando dessa forma fez até eu me sentir meio mal, “namorada”, então logo retruquei falando que não era namorada, mas fui vencida, pois os três começaram a falar que era sim, a partir do momento em que ele não tinha terminado ainda com a menina, ela tendo câncer ou não, isso fazia dele ainda namorado dela e automaticamente eu era a... Pronto, aquilo estragou meu humor, tentei defender o Oscar, mas parecia que iria ser em vão então me calei, mas fiquei com aquilo na cabeça martelando e tentando entender o porquê eu os dias que o Oscar tinha me pedido no inicio do mês passado para acertar a vida dele, estava demorando tanto... Então o Philipe no meio da minha tentativa de mudar de assunto disse “Ele não vai terminar com ela Nalu... Homem é assim, se ele fosse terminar já teria terminado, abre o olho, se ele tem você e ela sem medir esforços porque ele vai querer abrir mão dela pra ficar com você?”. Eu não quis discutir, por mais que minha cabeça tivesse martelando aquele assunto eu preferi ficar calada, então rapidamente o John sentiu que o clima tinha ficado “tenso” e mudou de assunto começando a falar do futebol, logo depois nos despedimos e eu fui descansar um pouco, mas a Liza continuou papeando com os meninos, eu não sei o porque mas praia sempre dá um sono.

Depois de duas horinhas eu acordei e fomos nos arrumar para o cineminha. Depois de tomarmos banho, coloquei um vestidinho florido e uma sapatilha cor salmão e deixei os cachos ao vento. Já a Liza colou um shortinho jeans, uma blusinha social com uma sapatilha, acho que não contei, mas a Liza amava se maquiar e fazia isso muito bem. Ela me maquiou e se maquiou também, disse que era a primeira vez que o Oscar iria me ver como uma princesa... Mal ela sabia, que o meu príncipe gostava de mim até do avesso. Descemos iguais duas princesas descem as escadas para entrar no salão do baile, era cada bobeira que a gente inventava, sentamos no sofá e esperamos alguns minutinhos até que os meninos chegaram um mais lindo do que o outro, aquelas bochechinhas coradas e rosadinhas de sol da praia, me fizeram apaixonar mais um pouquinho... Demos tchau para a minha mãe e fomos os quatro em direção ao carro, fomos ao longo do caminho, rindo e conversando.

César: Naluzinha, você está definitivamente azul preta... – falou rindo e olhando para mim.

Oscar: Azul, ou preta? Decide né irmão, para mim ela está roxinha... Mas continua linda essa Luna. – ele apertou minha bochecha enquanto falava.

Nalu: Gente, para... Nada haver, isso é racismo. – virei para trás e dei um tapa no braço do César – Cala boca!

Liza: Gente para, deixa a minha azulzinha em paz! – riu mais ainda.

Fomos rindo e zuando um ao outro pelo carro, parecíamos que nos conhecíamos a anos, o clima estava muito agradável. Chegamos ao cinema e os meninos não deixaram a gente pagar nada, ainda bem porque eu também tinha esquecido de pedir dinheiro a minha mãe... Só a Liza que estava com dinheiro, mas mesmo assim o César fez questão de pagar a dele e a dela e o Oscar a nossa é claro. Enquanto não dava a hora da sessão, resolvemos ir até o espaço de jogos para brincarmos um pouco, brincamos de tudo que tínhamos direito, parecemos 4 crianças em um mundo mágico de jogos, eu e o Oscar achamos uma cabine de fotos automáticas e resolvemos tirar a nossa primeira foto, ficamos ali dentro da cabine, fazendo mil caretas e nos enchendo de beijos, quando terminamos uma cartela de fotos ficou comigo e outra com ele, ele me puxou pelo braço e me levou até um canto:

Oscar: Eu nunca vou me esquecer de você sabia Luna? – colocou a mão no meu rosto e ficou acariciando ele.

Nalu: Você nunca vai precisar me esquecer, porque eu nunca irei embora de você...

Oscar: Promete para mim que você nunca vai me deixar? Ou me trocar por outra pessoa? Eu tenho medo de ficar sem você... – ele aproximou o rosto do meu e me deu um selinho.

Nalu: - coloquei as duas mãos no rosto dele – Prometo meu amor, eu prometo.

Oscar: Não sei se essa é a hora certa, mas eu acho que não existe hora certa para dizer que eu acho que te amo Nalu...

Eu paralisei, senti subindo no meu peito uma emoção tão forte, uma vontade de gritar, ele tinha dado o primeiro “eu te amo”, meu Deus o primeiro eu te amo tinha vindo da boca dele. Em meio aquelas palavras eu tive a certeza de que eu tinha nascido para ele, sabe quando você não precisa de mais ninguém para ser feliz? Quando uma pessoa, só por ser ela mesma já te causa uma emoção enorme? Ou quando a pessoa não precisa de muito esforço, acho que só pelo fato de você saber que ela acordou, que ela está bem já nos causa uma alegria tão grande, uma certeza de que vai dá certo... Eu estava me sentindo assim e já não era de hoje, desde o dia em que transamos e eu me entreguei para ele, eu sabia que não ia ser em vão... Não me importa oque falam, ou pensam, oque me importa é ele, é oque ele me diz, a verdade que sai da boca dele para mim já basta... E como basta. Em meio a tanta alegria e emoção, eu não consegui dizer muita coisa, eu queria dizer tudo isso, tudo oque eu estava sentindo, tudo oque já sentia a muito tempo, desde o primeiro dia em que eu o vi, desde o nosso primeiro beijo, mas oque deu para sair foi um “eu também te amo”.

Nalu: Eu sei que é pouco a tudo oque você faz por mim, mas saiba que esse pouco é verdadeiro. É recíproco.

Ele me abraçou muito forte e me deu o beijo em que eu tanto esperava aquele beijo com amor, agora eu sabia que tinha amor, um sentindo que eu esperei tanto para chegar, e não poderia ser com pessoa melhor.
César e Liza nos acharam no cantinho e já vieram fazer bagunça, nos puxando pelo braço falando que a sessão já iria começar... Saímos correndo para o cinema e não deu nem tempo de comprarmos uma pipoca, então decidimos que iriamos ir a algum lugar para jantar depois do filme. Eu estava com tanto sono que no meado do filme me peguei com a cabeça encostada no peito do Oscar, dormindo de babar ele todo e o coitado nem reclamou, depois me disse que eu estava tão linda dormindo que ele não teve coragem de me acordar, só quando o filme acabou não preciso falar que morri de amores ao ouvir ele descrevendo essa cena não é? Então fomos ao um restaurante depois de acabar o filme e jantamos todos juntos, depois os meninos levaram a gente em casa e o foram embora acho que o Oscar ainda ia levar o César em casa, pois estava muito tarde, então pedi para o Oscar me mandar mensagem assim que chegasse em casa para eu poder dormir tranquila.

Outra mania que nós tínhamos, eu e ele só dormíamos quando um enviava mensagem para o outro de boa noite, era a certeza de que estávamos seguros em nossas casas e quentinhos em nossa cama... Nossa vida era perfeita, tudo oque faltava mesmo era o pedido de namoro para oficializarmos tudo oque já estava acontecendo a meses, para minha mãe, e os pais dele era o meu sonho.
Passamos o resto da primeira semana de férias assim, saindo os 4 juntos, sempre os 4, os meninos só não foram quando eu e Liza saímos para fazer algumas comprinhas para ela e aproveitamos para conversar mais do que já conversávamos em casa. A Liza era do tipo de amiga que não gostava de criticar e nem de tocar nos assuntos que nos magoavam, ela só dava a opinião dela quando eu perguntava fora disso ela não falava, ela me ouvia e respondia oque tinha que se respondido, mas não ficava pisando na ferida, então eu não sabia a opinião dela em certos assuntos, como oque ela achava da minha situação com o Oscar, se ela achava mesmo que ele iria me pedir em namoro e tudo mais... Então tomei coragem e perguntei quando estávamos sentadas conversando sobre as lojas em que tínhamos acabado de visitar:

Nalu: Amiga, você nunca me falou sobre oque você achava da minha situação com o Oscar e eu acho que sempre tive medo de te perguntar... Então, eu quero saber.

Liza: Saber o que exatamente?

Nalu: Sobre oque você acha da nossa situação...

Liza: - ela se aproximou e mim – Amiga, ele parece gostar muito de você, acho que te ama você não me contou que ele disse que te amava naquele dia do cinema? Então...

Nalu: Amiga, eu estou ficando louca já, eu não estou mais aguentando essa situação, eu sinto como se estivesse fazendo o certo de um modo errado entende? Toda vez que eu vejo as fotos deles juntos no Instagram, eu quase tenho um treco de raiva, eu não consigo parar de chorar... – deitei a cabeça no ombro dela.

Liza: Amiga, você já conversou isso com ele? Do modo como se senti?

Nalu: Já conversamos, no dia em que ele me contou a história toda, mas depois nunca mais, eu evito esse assunto... Por medo do que pode vir, ou medo de perdê-lo.

Liza: Amiga, quem tem que ter medo de te perder é ele... Ele sabe que tem um diamante nas mãos, o medo de ficar sem deveria vir dele, e por causa disso mesmo ele deveria tomar uma posição sobre oque ele realmente quer, até porque câncer essa menina não tem mais, e ele já estar com você tem muito tempo Nalu, ele tirou sua virgindade... Ele foi o primeiro homem da sua vida e fez tudo isso sem nem te contar sobre toda a situação que ele estava vivendo, ele não te respeitou e nem respeitou ela... Eu no fundo queria acreditar que ele vai ficar com você no final, mas eu não consigo e isso me mata por dentro amiga... Porque eu te amo cara, e odeio te ver agoniada desse jeito.

Nalu: - eu comecei a chorar e em cada palavra que saia da boa da Liza eu chorava mais ainda – Mas amiga ele disse que já conversou com a mãe dele, que está quase tudo se acertando...

Liza: Quando ele disse isso? Olha quanto tempo isso já faz Nalu... Se eu fosse você contaria tudo isso que você está sentindo para ele, forçaria ele a tomar uma decisão.

Eu queria ser forte o bastante para fazer tudo o que a Liza tinha me falado, mas o medo de deixar o Oscar pressionado e o afasta-lo de mim era maior que a minha angustia de viver um relacionamento dessa forma. Eu entrei no Instagram da Sara para mostrar para a Liza e ela sentiu a mesma raiva que eu, porque toda semana tinha uma foto diferente deles, com milhares de curtidas que indicavam que ou pessoas torciam para eles voltarem, ou torciam para que o relacionamento continuasse indo bem...

Quando chegamos em casa, o Oscar me ligou falando que a mãe dele iria passar o final de semana na casa dos avós com os primos e a familia e que ele ia ter que ir junto, mas ele ia naquela sexta e voltaria no domingo de manhã mas a mãe dele continuaria lá, então a casa estaria liberada para a gente além de matar a saudade que iriamos sentir, mas também para curtimos um churrasquinho feito por ele e o César. Na hora eu não achei ruim, pois eu pensei que era a oportunidade de eu e a Liza passarmos mais tempo juntas, fazendo coisas de garotas do jeitinho que fazíamos antigamente na nossa cidadezinha, só eu e ela, seria tranquilo aqueles dias 2 dias sem o Oscar, o bom é que saudade só completa o relacionamento, eu iria tirar de letra.

Que nada, Liza se juntou com o César e não queria mais largar, para todo lugar que a gente ia ele ia junto, ruim eu não achei, pois são meus dois amigos e estava ainda mais feliz de estarem se entendendo tão bem... Mas não era nada legal ficar de vela, nunca tinha ficado nesses últimos meses e ver os dois de “mimi” começou a me da saudade do meu moreno... Quando chegamos em casa eu entrei no Instagram do Oscar para ver as fotos da casa da avó dele, e vi fotos dele dos primos e junto deles estava a Sara, quando eu vi aquela foto mil coisas passaram pela minha cabeça, insegurança, desconfiança, comecei a me sentir traída, aqueles sentimentos todos subiram até a cabeça e se transformaram em lágrimas, eu não consegui esconder nem da minha mãe que começou a me fazer milhares de perguntas e eu não sabia oque responder, eu não queria que ela odiasse o Oscar antes mesmo de saber oque estava realmente acontecendo... Então eu respondi que não era nada, e a Liza me ajudou inventando uma desculpa para ela, eu corri para o meu quarto e me joguei na cama, eu não conseguia nem achar um jeito de falar alguma coisa por mensagem com o Oscar, ou mesmo de ligar e falar algo, então eu fiquei ali chorando e chorando. A Liza sentou na cama e colocou a minha cabeça no colo dela oque me fez chorar mais ainda...

Liza: Eu não sei oque você viu, mas eu já imagino oque seja. Quando você quiser contar eu vou está aqui para te ouvir... – ficou fazendo carinho pela minha cabeça enquanto falava.

Nalu: - eu levantei do colo dela e mostrei meu celular.

Liza: - ela olhou para o celular e depois olhou no fundo dos meus olhos e falou – Amiga, não sabemos oque isso quer dizer... Vamos esperar até domingo.

Nalu: Eu não quero esperar até domingo, quero falar com ele agora.


Liza: Mas vocês não vão conseguir resolver nada por telefone, com você nervosa desse jeito Nalu, entende.

Eu deitei de novo minha cabeça no colo dela e chorei, chorei até não aguentar mais, acabei dormindo ali mesmo no colo da Liza e naquele dia o Oscar também não me mandou mensagem. Quando eu acordei já era domingo de manhã e eu estava louca para resolver todas aquelas confusão que estavam na minha mente e no meu coração, que mal pressentimento que eu estava sentindo, eu lado meu queria ficar tranquila e calma, mas o outro lado não conseguia.

Liza recebeu uma mensagem do César falando que já estava na casa do Oscar arrumando as coisas e ele estava indo até a minha casa com uma surpresa para mim, então eu tomei um banho rápido e coloquei uma saia e uma blusa, e fiz um rabo no cabelo enquanto a Liza tomava banho, desci para ficar aguardando o Oscar, com toda a raiva que estava no meu coração... Quando a campainha tocou e eu abrir a porta, eu nunca vi um buquê de flores tão grande quanto aquele sim ele tinha me trazido flores, e não eram apenas flores, eram rosa amarelas as minhas prediletas, que coisa linda.

Assim que o vi parado com aquele buquê enorme com os olhinhos brilhando, minha reação foi abraça-lo com muita força, aquela raiva, misturada com saudade e emoção me fizeram chorar, e ao me ver chorando ele me abraçou mais forte ainda, chamei a Liza e minha mãe para verem o que ele tinha me dado, e as duas se derreteram com as flores. Esperamos a Liza terminar de arrumar e fomos os três juntos para a casa dele, eu cheguei lá já toda agitada perguntando para o César se ele sabia da surpresa e ele me chamou de anta e disse que foi ele quem avisou para a Liza... Enquanto os meninos tentavam com muito esforço acender a churrasqueira, eu e a Liza fomos trocar de roupa e colocar os nossos biquínis:

Nalu: Ele me ama amiga, e apesar de tudo a gente está junto e isso é oque importa.

Liza: E aquele choro todo de ontem, já se acalmou amiga? Vai fazer o que?






Nalu: Eu não irei fazer nada amiga, essas flores foram à prova que precisava nada aconteceu e agora eu tenho a certeza disso... Eu não sei o porquê aquela intrometida estava fazendo na foto, mas sei que o próximo passo vai ser o pedido de namoro. Pode apostar... E agora vamos amiga, que eu quero da um super mergulho e matar muito a saudade que sentindo do meu moreno...

Terminamos de nos arrumar e saímos do quarto, quando estávamos passando pela sala eu olhei para a estante da mãe do Oscar e as fotos continuavam todas ali, eu paralisei, entrei em choque eu não ia para frente e nem para trás, eu só conseguia ouvir a Liza me perguntando oque estava acontecendo, mas eu não me mexia só ficava olhando para as fotos sem piscar, e tudo que todo mundo havia me falando ao longo dos ultimo meses ecoavam na minha mente, foi quando que a Liza me sacudiu e me perguntou oque estava acontecendo, eu olhei para ela e disse que nada estava acontecendo que eu só estava pensando em algumas coisas só, nada demais. Quando cheguei no quintal eu agi como se tudo estivesse bem, dei um beijo no Oscar e pulei na piscina, eu mergulhei até o fundo da piscina, sentei de fundo dela e fiquei ali parada por dez segundos e depois voltei à superfície, estava todo mundo rindo e brincando e eu séria, então sai da piscina e chamei o Oscar para conversar, eu não estava mais segurando aquilo tudo dentro de mim e a vontade de chorar era grande, o César até brincando falando que agora a coisa tinha ficado séria, mas eu mesmo assim não consegui sorrir... O Oscar começou a ficar preocupado e não me parada de fazer perguntas, quando chegamos até o quarto dele nós sentamos na cama:

Oscar: Luna, pelo amor de Deus o que está havendo?

Nalu: Só me diz a verdade, por favor... Ta?

Oscar: Eu sempre te digo...

Nalu: Enfim, ontem eu vi a foto que você postou no seu Instagram...

Oscar: Ih, já sei... É por isso que você está assim comigo? Eu posso explicar.

Nalu: Começa então...

Oscar: Meus primos são amigos dela também e ontem fizemos uma resenha na casa da minha avó, só com os primos ai o pessoal a chamou também, mas eu não tive nada haver com isso Luna...

Nalu: Tem certeza que foi só isso? Não mente Oscar...

Oscar: Quando que eu já menti para você?

Nalu: Mentir você nunca mentiu, mas também nunca contou a verdade nem para mim e pelo visto nem para ninguém...

Oscar: De que você tá falando?

Nalu: Das fotos na estante da sua mãe, que você tinha me falado que ela já tinha tirado.

Oscar: Eu nunca falei que ela já tinha tirado, até porque a estante é dela, as fotos são delas e a casa também é dela, eu pedi para ela tirar e achei que ela já tinha tirado.

Nalu: Não mente pra mim, porque você me disse que tinha contado de mim para ela e como é que ela ia deixar essas fotos ai? E como é que você nunca me trouxe aqui na sua casa para conhecer ela?

Oscar: Luna deixa eu te explicar...

Nalu: Explicar o que? Que você nunca vai terminar com a Sara? Que você nunca falou de mim para sua mãe? Que todos os meus amigos estavam certos em relação a gente? – meus olhos começaram a se encher de lágrimas.

Oscar: Seus amigos não sabem nada da gente Luna... Nunca entenderam a nossa situação, e não foi com eles que eu me abri foi com você.

Nalu: Nem meus amigos e pelo visto nem ninguém... Você se abriu comigo sobre a sua relação com uma menina na qual você não sentia nada e iria terminar em alguns dias, lembra?

Oscar: Mas eu vou...

Nalu: Você vai? Você passou um final de semana com ela e não terminou? Ou seja, você estava com ela, junto com ela? – eu comecei a tremer de nervoso e não consegui mais segurar as lágrimas.



Oscar: Por favor, não chora Nalu... Meu deixa explicar, eu não fiquei com ela, eu nem a beijei. – ele se aproximou de mim e secou as minhas lágrimas.

Nalu: - falei sussurrando e me afastando dele - Não toca em mim... 

Oscar: Por favor, não faz isso com a gente... – ele segurou minha mão com força.

Nalu: - continuei sussurrando - Você fez primeiro... – tirei minha mão da dele e me afastei, sequei minhas lágrimas e levantei da cama.

Oscar: Você não vai, eu vou terminar com ela... Eu vou ligar pra ela agora, eu vou termina, por favor, não vai embora. – ele levantou desesperadamente da cama e se dirigiu até a porta e ficou na frente dela, me impedindo de passar.

Nalu: Não faz isso, não faz, por favor... Você teve dois meses praticamente para ligar, ir até lá, fazer alguma coisa... Eu não aguento mais, eu achei que você fosse pra mim, mas você já é de outra. – eu comecei a chorar mais ainda olhando para ele.

Oscar: Eu sou seu, lembra? Você é minha Luna... Eu nunca conheci ninguém assim, ninguém que me fizesse sentir assim, por favor eu amo você e você me ama, lembra?

Nalu: Você mentiu e continuou mentindo, e quando eu achei que eu poderia passar uma borracha, você mentiu de novo... Não dá mais, eu preciso sair daqui Oscar é sério, por favor, me deixa ir embora.

Oscar: Você não vai... – ele me abraçou forte e começou a chorar.

Eu me soltei dos braços dele, abri a porta e sai correndo... Eu não olhei pra trás, eu fui até o quintal e chamei a Liza aos prantos, ela veio correndo até a mim perguntando oque estava acontecendo junto com o César, eu disse aos dois que tinha terminado com o Oscar e que não queria falar sobre isso, falei que se a Liza quisesse ficar com o César ela poderia, mas eu iria embora dei um beijo César e sai correndo para a casa, a Liza com certeza veio atrás de mim gritando pedindo para que eu a esperasse, eu entrei correndo dentro de casa e minha mãe veio atrás perguntando oque tinha acontecido, entrei no meu quartei e deitei na minha cama. Minha mãe sentou do meu lado e colocou a minha cabeça no colo dela, a Liza entrou logo atrás e sentou na cama também, eu só conseguia chorar e falar em meio ao choro que tinha acabado... Minha mãe ficou me fazendo carinho enquanto eu chorava e a Liza resolveu contar toda a história para ela, minha mãe ouviu tudo com muita calma e sabedoria e perguntou se eu estava me sentindo melhor depois de ter ido embora da vida dele, eu não sabia responder, eu estava com o coração ferido, magoada, parecia ter caído de um avião sem paraquedas, estava sentindo ainda a queda dentro de mim, mas eu não aguentava mais ser enganada, era a pessoa em que eu mais confiava mentindo para mim, eu suportaria isso de qualquer outra pessoa, mas não dele... Eu achei que ele era a minha felicidade, eu tinha posto minha verdade nas mãos dele, confiei nele de olhos fechado, eu me entrei intensamente para ele, sem nem pensar no amanhã, cada hora com ela era como se não existisse um amanhã... A campainha não parava de tocar e meu celular também não, mas algo no fundo do meu coração me dizia que não ia ser por muito tempo, quando o Oscar colocasse a cabeça dele no lugar ele iria ver que na verdade a vida dele, não era comigo e nem aqui, era com a Sara... Quando a gente ama a gente não consegue mentir, nem dizer não e nem se ver sem a pessoa, o problema de tudo não era a família dele, e sim uma briga de sentimentos que ficavam entre o certo e o duvido, está doendo muito agora, mas eu sei que daqui a alguns meses quando ele não me pedisse em namoro por causa dela, iria doer bem mais, nós acabamos dormindo juntas ali.
Quando eu acordei, pedi para minha mãe não atender mais a campainha, não deixar o Oscar entrar e nem me passar o telefone caso ele ligasse para minha casa, ela disse que iria fazer como eu tinha pedido e se eu precisasse de alguma coisa era só eu falar, eu pedi desculpas para a Liza por ter talvez estregado às férias dela ficando deprimida daquele jeito e ela me entendeu disse férias ela tinha várias, mas melhor amiga só era eu, eu pedi para ela contar oque tinha acontecido para o John e o Philipe, mas disse para ela que no momento não queria falar com ninguém. Passamos alguns dias assim, de pijama comendo besteiras e vendo filmes, o meu telefone não parava de tocar e mensagens também não paravam de chegar, o César chegou a ir até minha casa e eu expliquei tudo que estava acontecendo a ele, ele tentou reverter à situação algumas vezes, mas viu que eu estava decidida... Só disse que o Oscar estava muito mal e eu não queria saber, não estava com raiva do Oscar, eu estava com raiva de mim mesma, de ter me deixado levar, confiar, de ter sido frágil demais e que a dor dele como a minha também ia acabar e a vida dele voltaria ao normal, e que naquela cidade a melhor coisa que tinha me acontecido foi ter conhecido ele, o jeito como ele me fazia rir e colocava pra cima era único, era só dele e que nossa amizade iria continuar a mesma por tanto que ele respeitasse a minha decisão em relação ao Oscar, que não me falasse mais dele e nem de nada haver com ele, pelo menos não no momento e por mais difícil que tenha sido ele entendeu.

Na penúltima semana, eu Liza chegamos ao denominador comum, ela ia ter que voltar para casa na penúltima semana das férias, e eu pedi intensamente para que minha mãe me deixasse passar uma semana lá com meus avós, meus tios e meus amigos... Ela achou ótimo para levantar meu astral e resolveu ir junto também passar uma semana na casa da vovó e íamos de carro, nada de avião e nem ônibus, corremos para o computador para avisar aos meninos que eu estava voltando, era só para passar 1 semana mas para gente já seria muita coisa, comparado ao tamanho da saudade que estávamos uns dos outros. Tive um dia para arrumar as malas e minha mãe também, mas tiramos isso de letra, eu mandei uma mensagem para o César avisando que a Liza estava indo embora amanhã e eu iria junto para passar a ultima semana de férias lá, ele então disse que viria se despedir.

Quando chegou o dia de irmos viajar, acordamos e às 5 horas da manhã já estávamos colocando as malas para o lado de fora para colocarmos dentro do carro, quando foi que o César chegou para se despedir e começou a ajudar a gente, e do outro lado da rua estava o Oscar olhando a gente de longe com uma cara de sono, a Liza me perguntou se ela podia chamar ele para se despedir e eu disse que não havia problemas e sorri e canto de boca, ela acenou para o Oscar pedindo para ele atravessar e quando ele viu, veio correndo com um sorriso no rosto, cumprimentou a minha mãe e deu um abraço na Liza, ele ficou me olhando querendo me cumprimentar, mas sem saber como iria fazer isso, então eu me aproximei dele e dei um abraço nele:

Oscar: Quando você volta Luna?

Nalu: Semana que vem... – abri um sorriso.

Oscar: Me desculpa por tudo? A gente vai poder conversar?

Nalu: Vamos claro.

Oscar: Sabe aquela nossa foto? – abriu um sorriso – Está na estante da minha mãe...

Eu olhei para ele e sorrir, me despedi do César com um abraço muito forte e entramos no carro, Liza e César foram se falando por mensagem o caminho inteiro, que grude. Depois de algumas horas chegamos até a minha cidade, passamos na casa da Liza e deixamos a em casa, combinamos que mais tarde iriamos para o lago. Assim que eu tirei o pé do carro eu senti que ali era meu lugar, eu tinha voltado a minha casa... Meus avós estavam esperando a gente na varanda e eu fui correndo para abraça-los, não consegui expressar o tamanho da minha saudade por eles, por tudo naquele lugar. Ajudei minha mãe a tirar as malas do carro, e fomos todos almoçar juntos, meus tios também foram para a casa da minha avó e tivemos um almoço maravilhoso, depois de almoçarmos ficamos sentados na sala conversando e foi como se eu nunca tivesse saído daquela casa. Com o passar da tarde, eu fiquei assistindo televisão jogada no sofá quando ouvi me gritarem da porta, assim que fui ver eu tive um ataque de histeria, sai correndo para fora gritando de alegria e pulei no colo do Philipe e depois pulei no colo o John... Nos abraçamos em grupo bem forte e fomos até o lago matar a saudade das nossas tardes jogando conversa fora e vendo o por do sol, como a gente sempre fazia.

Sentamos a beira do lago, e ficamos conversando sobre a cidade grande e olhando o pôr-do-sol, Liza contando sobre o César e o quanto eles estavam se dando bem e em meio à cosquinhas e risadas, tínhamos voltados aos bons tempos, tempos de quando eu era feliz, tempos de quando eu não precisava me preocupar com muita coisa, onde um pôr-do-sol falava mais do que mil palavras, éramos simples naquele lugar mas éramos felizes. E eu tive certeza mais uma vez oque era realmente a felicidade, felicidade era um almoço em família, uma tarde de conversas com os seus melhores amigos do mundo inteirinho, felicidade era um café da manhã com a sua mãe, felicidade era você acordar em um domingo de manhã e poder ir ao lago pescar com seu pai, coisas pequenas que às vezes não damos valor podem remeter a uma falta enorme em um futuro não muito distante assim... Pois é, como é boa essa felicidade. 


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Rebecca Miranda

Rebecca Miranda
Uma carioca de 20 anos, viciada em higiene bucal e em ser atraída por cafajeste. Mesmo com pouco tempo de vida, aprendeu muita coisa e fez esse blog para compartilhar algumas experiências dela com vocês.

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